O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebeu na quinta-feira (18/9) o visto norte-americano necessário para participar da Assembleia-Geral das Nações Unidas, que acontecerá em Nova York. A presença dele faz parte da comitiva que acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na viagem marcada para este domingo (20/9).
A importância da Assembleia-Geral da ONU
A Assembleia-Geral das Nações Unidas é um evento crucial para a diplomacia global, onde líderes de todo o mundo se reúnem para discutir questões prementes que afetam a humanidade. Este ano, a reunião é particularmente significativa, pois marca o 80º aniversário da fundação da ONU, estabelecida em 1945 com a assinatura da Carta de São Francisco. Atualmente, a organização conta com 193 estados membros e dois observadores, a Palestina e a Santa Sé.
Tradicionalmente, o Brasil tem o privilégio de ser o primeiro país a discursar na abertura da Assembleia-Geral, seguido pelo anfitrião dos Estados Unidos. O discurso do presidente Lula está agendado para a manhã do dia 23 de setembro.
Contexto político e tensões com os EUA
A viagem da comitiva brasileira se dá em um contexto de crescente tensão entre o Brasil e os Estados Unidos, especialmente após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Recentemente, Bolsonaro foi sentenciado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado, levando a uma resposta do governo dos EUA através do secretário de Estado Marco Rubio, que prometeu abordar a questão.
A saga do visto de Padilha
O recebimento do visto de Padilha era esperado após um período de incerteza, já que seu visto estava suspenso. Em agosto, os Estados Unidos também cancelaram o visto da esposa e da filha de 10 anos do ministro, incutindo ainda mais preocupação e especulação sobre sua participação na reunião da ONU. No entanto, Padilha se mostrou cético em relação à importância do visto e afirmou estar focado em suas responsabilidades à frente do Ministério da Saúde.
“Esse negócio do visto é igual àquela música: ‘Tô nem aí’. Vocês estão mais preocupados com o visto do que eu”, declarou o ministro em evento no ministério, destacando seu foco nas negociações para a aprovação de uma medida provisória crucial para o setor de saúde.
Desafios à frente
Apesar de ter obtido o visto, Padilha ainda não decidiu se fará a viagem, ressaltando que está concentrado em aprovar a medida provisória (MP) que institui o Programa Agora Tem Especialistas. Ele alertou que, se não for votada até o dia 26 deste mês, a proposta perderá a validade, o que poderia impactar negativamente a saúde pública no Brasil.
Além disso, o ministro faz um discurso claro sobre sua posição política e seu compromisso com o Brasil. “Só fica preocupado com isso quem quer sair do Brasil ou quem quer ir para lá para fazer lobby de traição da pátria, como alguns estão fazendo. Não é meu interesse”, completou Padilha.
Expectativas para a reunião
A comitiva brasileira seguirá para os Estados Unidos com o objetivo de discutir importantes temas globais, bem como fortalecer as relações entre Brasil e outros países. Durante a Assembleia, espera-se que líderes abordem tópicos como mudanças climáticas, saúde pública e recuperação econômica pós-pandemia, áreas nas quais o Brasil tem se mostrado proativo.
À medida que a data se aproxima, a expectativa para o discurso de Lula na ONU cresce, com muitos observadores ansiosos para ver como o Brasil apresentará suas propostas e posicionamentos em um momento de grande divisão política mundial.
O impacto dessa reunião será crucial, não somente para a diplomacia brasileira, mas também para a percepção global sobre o novo governo e suas intenções em um cenário internacional cada vez mais complexo.