O ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilha, anunciou nesta quinta-feira (18/9) que está em processo de avaliação sobre sua participação na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que ocorrerá em Nova York. Ele confirmou, entretanto, que deverá comparecer à conferência internacional da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) que ocorrerá posteriormente em Washington.
A indefinição sobre a Assembleia Geral da ONU
Padilha explicou que sua decisão sobre a presença na Assembleia Geral da ONU dependerá da programação dos eventos, pois a sessão onde os ministros têm a oportunidade de falar está marcada para o dia 25 de setembro. “Estou ainda avaliando. Vou acompanhar a programação para decidir se estarei presente lá ou não”, declarou o ministro em entrevista.
Recentemente, Padilha recebeu o visto norte-americano necessário para participar das duas agendas em solo americano. O ministro estava com o visto vencido desde 2024 e havia solicitado a renovação em 18 de agosto. Ele fará parte da comitiva que acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que parte para Nova York neste domingo (20/9).
O desafio da Medida Provisória
A incerteza sobre a participação do ministro na Assembleia Geral deve-se, em parte, à votação da Medida Provisória (MP) nº 1.301, de 2025, que instituiu o programa Agora Tem Especialistas. Após ser debatida e aprovada por uma comissão mista do Congresso Nacional, a MP agora precisa ser votada na Câmara e posteriormente no Senado até o dia 26 de setembro para não perder a validade. Caso contrário, a votação deverá ocorrer na próxima semana, coincidindo, assim, com o encontro da ONU, que será realizado entre os dias 22 e 24 de setembro.
Padilha destacou sua atenção voltada para a votação da Medida Provisória, a qual contém grande apoio tanto na Câmara quanto no Senado. “Estou concentrado agora em acompanhar a votação da Medida Provisória do Agora Tem Especialistas, que a nossa data para aprovar é na próxima semana. Ela foi aprovada por unanimidade na comissão mista”, observou o ministro.
Valor da Opas
Em relação ao encontro da Opas, previsto para os dias 29 e 30 de setembro, o ministro relatou que comparecerá, pois o Brasil é um dos membros do conselho da Opas. Neste evento, o Brasil é considerado o segundo maior país da Opas e possui o maior sistema nacional público de saúde de toda a América, tornando-se um participante fundamental nas discussões sobre saúde pública.
Análise da crise do visto
Um tema que tem gerado discussões é a recente crise relacionada ao visto do ministro. No mês passado, os EUA cancelaram o visto da mulher e da filha de 10 anos de Padilha, o que fez com que o ministro fosse questionado sobre suas implicações em eventos internacionais.
No entanto, em um evento recente no Ministério da Saúde, Padilha expressou não estar preocupado com a situação do visto, com uma declaração que refletiu seu foco nas questões internas do país. “Esse negócio do visto é igual àquela música: ‘Tô nem aí’. Vocês estão mais preocupados com o visto do que eu”, disse Padilha, ressaltando que seu foco é a votação no Congresso Nacional.
Ele completou com uma crítica ao que considerou politicagem, afirmando que a preocupação com o visto diz respeito a pessoas que têm interesse em abandonar o país. “Só fica preocupado com isso quem quer sair do Brasil ou quem quer ir para lá para fazer lobby de traição da pátria, como alguns estão fazendo. Não é meu interesse”, finalizou.
Diante da situação, o cenário político e de saúde pública no Brasil continua a evoluir, refletindo a importância do papel do Ministro da Saúde em um momento tão desafiador. Sua decisão sobre a Assembleia Geral da ONU pode ter repercussões tanto em sua agenda pessoal quanto nas políticas de saúde do país.
