Jerry Greenfield, cofundador de Ben & Jerry’s, anunciou sua saída da empresa após 47 anos, em meio a conflitos com a controladora Unilever e questionamentos sobre o comprometimento com valores sociais. A decisão foi publicada por Ben Cohen, seu parceiro de longa data, que também manifesta preocupações com a perda da autonomia da marca.
Declarações de Jerry sobre a saída e a perda de independência do brand
Em uma postagem no Twitter, Jerry afirmou que não pode mais, em consciência, permanecer na empresa que ajudou a fundar em 1978. “Essa foi uma das decisões mais difíceis e dolorosas que já tomei”, escreveu. Ele destacou que, por mais de duas décadas, Ben & Jerry’s apoiou causas de paz, justiça e direitos humanos, de forma verdadeira e constante.
“A independência existia graças ao acordo de fusão que negociamos com a Unilever, que garantiu nossos valores na governança da empresa para sempre”, afirmou Jerry. “É profundamente decepcionante perceber que essa autonomia, a base da nossa venda, se perdeu.”
Críticas às atuais ações do governo e à silenciar das vozes sociais
Jerry também criticou a atual administração do país por atacar direitos civis, de votação, direitos de imigrantes, mulheres e comunidade LGBTQ+. “Lutar por justiça, equidade e humanidade nunca foi tão importante. E, infelizmente, a Ben & Jerry’s tem sido silenciada e sidelined por medo de desagradar os poderosos”, disse.
Reações nas redes sociais e pedidos de criação de nova marca
Nas redes, a repercussão foi grande. Muitas pessoas expressaram tristeza, respeito por Jerry e defenderam a ideia de que ele deveria lançar uma nova empresa de sorvetes, como símbolo de seus valores. Comentários como “Falta mais pessoas assim” e “A hora de criar uma nova marca é agora” proliferaram entre os seguidores.
Alguns incentivaram a Joel a abrir uma nova marca, sugerindo nomes como “Jerry’s” ou até “Jerry & Ben’s”, com apoio virtual de consumidores dispostos a comprar um produto com sua essência.
Reação da Unilever e posição do parceiro Ben Cohen
Apesar das críticas, a Unilever, que enviou um comunicado à imprensa, agradeceu a Jerry por suas contribuições e afirmou discordar de suas opiniões. Segundo a companhia, eles buscam fortalecer os valores da marca e continuam focados na missão de paz, amor e sorvetes.
Já Ben Cohen, também preocupado com o legado, ainda não anunciou sua saída, mas usou seu perfil para apoiar a campanha #FreeBenandJerrys, pedindo que a marca seja devolvida à autonomia, mantendo seus valores intactos.
Impacto e perspectivas futuras
Cientistas e ativistas avaliam que essa disputa reflete um momento delicado na relação entre grandes corporações e causas sociais. “A autonomia de marcas com forte propósito é essencial para manter a coerência de seus valores”, destaca especialista em sustentabilidade. Resta saber se Jerry continuará na luta por uma nova marca ou irá canalizar sua influência de outras formas.
O episódio levanta questões sobre o papel das empresas na defesa de direitos e como os interesses econômicos podem desafiar princípios defendidos desde a fundação de marcas icônicas como a de Ben & Jerry’s.