A aviação civil enfrenta uma crise de oferta devido à escassez de aeronaves, que prejudica planos de modernização e crescimento de companhias como a United Airlines. Scott Kirby, CEO da maior aérea dos EUA, destacou que a falta de aviões é o principal desafio para atender à crescente demanda por voos, especialmente na classe premium.
Fatores que limitam a produção de aviões
A escassez de aviões é resultado de dificuldades na cadeia de suprimentos, sobretudo na Airbus, gigante europeia, e restrições na Boeing, que enfrenta atrasos na certificação de modelos como o 737 Max 10. A companhia americana, por sua vez, continua operando com modelos antigos, como Boeing 757 e 767, em rotas lucrativas, devido à falta de opções novas.
Impacto na frota e planos futuros
Kirby revelou que a United Airlines considerará consolidar encomendas de jatos A350 da Airbus, embora as entregas só comecem após o fim da década. A empresa também adiou voos transcontinentais planejados para o aeroporto JFK, substituindo o Boeing 737 Max 10 pelo Airbus A321neo, que só começará em 2027.
Consequências para a indústria aérea
A crise industrial levou a uma revisão nas expectativas, com a transferência de encomendas para modelos menores, como o Max 9. Kirby prevê que a escassez de motores deverá perdurar até 2030, com cerca de 700 aeronaves de nova geração aguardando reparos e abastecimento de motores, enfrentando dificuldades de fabricantes como General Electric e Pratt & Whitney.
Investimentos e estratégias da United
Apesar dos obstáculos, Kirby afirmou que a recuperação das viagens aéreas pós-pandemia é evidente. A United mantém um balanço robusto, com dívida reduzida e três vezes mais caixa do que antes da Covid-19, investindo cerca de US$ 150 milhões em melhorias no serviço de bordo, incluindo assentos Polaris e internet Starlink. Ele também mencionou planos de adquirir mais aviões da Airbus, incluindo o seu maior pedido de 45 unidades do A350, para serem entregues na próxima década.
Desafios além da oferta
Além da escassez de aeronaves, a indústria enfrenta problemas estruturais, como a crise no sistema de controle de tráfego aéreo dos EUA e reduções de voos em hubs importantes. Kirby destacou que a parceria com a Airbus reflete uma estratégia de longo prazo, esperando que a entrada em serviço do A350 ocorra no momento adequado para substituir os modelos mais antigos.
Segundo Kirby, a combinação de alta procura, investimentos em fidelização e gerenciamento de recursos será fundamental para a consolidação da United Airlines frente às dificuldades atuais e futuras da aviação global.
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