Brasil, 18 de setembro de 2025
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Decisão do STF reforça a necessidade de presença física de parlamentares

Ministro Flávio Dino afirma que exercício do mandato exige presença no território nacional.

Uma nova decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) repercute fortemente no cenário político brasileiro. O ministro Flávio Dino, em publicação nesta quinta-feira (18/09), determinou que a atuação de um parlamentar exige presença física e não pode ser exercida de forma remota permanentemente. A deliberação faz parte de um processo que envolve o ex-deputado Chiquinho Brazão, mas muitos interpretam a declaração como uma crítica velada ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se encontra nos Estados Unidos desde fevereiro deste ano.

A importância da presença física no exercício parlamentar

No despacho, Flávio Dino enfatizou que a função de representação popular é incompatível com a ausência duradoura do território nacional. Segundo ele,

“A presença física é a regra, não se podendo amesquinhar a função parlamentar. Exceções ao trabalho presencial devem ser episódicas, motivadas e devidamente regradas. Detentores de altas funções estatais têm deveres constitucionais rigorosos.”

Esta declaração surge em um momento crítico, já que Eduardo Bolsonaro não comparece a sessões da Câmara desde julho, após o término de seu período de licença parlamentar. A sua longa permanência no exterior levanta preocupações sobre a continuidade de seu mandato, visto que, conforme as regras da Casa, um deputado pode ter seu cargo questionado após acumular 120 faltas sem justificativas.

Implicações para Eduardo Bolsonaro

A menção clara à necessidade de presença física trouxe à tona o debate sobre a situação de Eduardo Bolsonaro. Desde julho, o deputado não retorna ao país e corre o risco de acumular faltas que podem levar a um processo de cassação.

Para contornar essa situação, o PL (Partido Liberal) nomeou Eduardo na última terça-feira (16/09) como líder da Minoria na Câmara, após a renúncia da deputada Caroline de Toni (PL-SC) à função. Com essa nova função, Eduardo ganha uma proteção regimental: desde 2015, líderes e vice-líderes podem ter ausências abonadas, mesmo que estejam no exterior. Essa manobra diminui as chances de que ele ultrapasse o limite de faltas e enfrente um processo de cassação.

O contexto político e a liderança de Eduardo

A decisão de renunciar à liderança por Caroline de Toni foi justificada por ela como um fortalecimento da oposição, destacando também as alegadas perseguições políticas que Eduardo e seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teriam enfrentado. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), declarou que a alteração de liderança já foi comunicada ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), algo que Motta se apressou em negar.

A presença de Eduardo Bolsonaro nos EUA

Eduardo Bolsonaro, que anunciou sua mudança para os Estados Unidos em 18 de março, afirmou que sua estadia no país tem dois objetivos principais: buscar apoio do ex-presidente Donald Trump em favor da anistia para aqueles investigados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e pressionar por sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

A decisão do STF e os desdobramentos em torno da presença física de parlamentares no exercício de suas funções apontam para um embate significativo entre as exigências legais e a realidade política dos representantes eleitos. Enquanto isso, a situação de Eduardo Bolsonaro continua a atrair a atenção dos meios de comunicação e do público, deixando em aberto o futuro de sua liderança e de seu mandato.

Leia mais sobre a decisão do STF.

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