Brasil, 18 de setembro de 2025
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Banco central da Argentina faz nova intervenção no mercado de câmbio

Após o dólar superar o limite da banda cambial, Banco Central argentino injetou US$ 379 milhões em dois dias para conter a alta

O banco central da Argentina realizou uma nova intervenção no mercado de câmbio nesta quarta-feira (18), após o dólar ultrapassar o teto da banda cambial do país. Ao todo, foram injetados mais US$ 379 milhões em dois dias, tentando estabilizar a cotação da moeda local e evitar uma maior desvalorização do peso argentino.

Intervenções e impacto na cotação do dólar

Na quarta-feira, o dólar oficial fechou a 1.474,23 pesos, praticamente no limite da banda cambial estabelecida para o dia, que é de 1.474,83 pesos. A cotação chegou a 1.474 pesos às 11h50, próximo ao limite máximo permitido, com o sistema de negociação ajustando as ofertas de compra e venda de dólares em uma diferença de até 50 centavos, arredondada pelo Banco Central. Assim, o limite da banda nesta quinta-feira pode ser considerado oficialmente como 1.475 pesos.

Apesar da intervenção, os dados diários apontam que as reservas líquidas do Banco Central argentino estão em torno de US$ 6 bilhões, após a venda de US$ 53 milhões no mercado de câmbio nesta semana. A medida faz parte do esforço do governo de Javier Milei para conter a alta do dólar e controlar a inflação, enquanto tenta manter suas reservas internacionais pela necessidade de pagar dívidas, incluindo os compromissos com o FMI.

Contexto econômico e política na Argentina

O cenário econômico do país segue turbulento. O Produto Interno Bruto (PIB) argentino caiu 0,1% no último trimestre, interrompendo uma recente recuperação. Além disso, os títulos argentinos estão sendo negociados com perdas, e o risco-país superou 1.300 pontos, atingindo 1.337, o maior patamar em um ano, refletindo o nervosismo dos mercados.

As tensões políticas também afetam o ambiente econômico. Na quarta-feira, a Câmara dos Deputados rejeitou os vetos do presidente Milei a projetos que aumentariam os gastos com universidades públicas e saúde — uma vitória para os apoiadores de uma maior intervenção do Estado na economia. A votação indica o fortalecimento da oposição ao governo, que enfrenta uma crescente desaprovação popular.

Desafios e perspectivas futuras

Agentes financeiros alertam que defender o limite máximo da banda cambial pode ter um custo elevado, pois as reservas do Banco Central continuam baixas. Alguns especialistas consideram que uma flexibilização mais rápida da banda cambial poderia ajudar a aliviar a pressão sobre o peso, além de evitar o esgotamento das reservas internacionais.

Segundo Thierry Larose, gestor de portfólio da Vontobel Asset Management, “é melhor ajustar a banda para cima, desde que seja de forma ordenada, para reduzir as taxas locais e evitar uma recessão.” Com as eleições parlamentares marcadas para outubro, o governo tenta projetar estabilidade para conquistar apoio e avançar na sua agenda de reformas econômicas, apesar do clima de incerteza.

Analistas destacam que o enfraquecimento do peso e as intervenções frequentes refletem a instabilidade do atual momento político e econômico na Argentina. Investidores continuam atentos ao rumo das políticas cambiais e fiscais, enquanto o governo busca equilibrar seus interesses de curto prazo com a sustentabilidade de longo prazo.

Mais detalhes sobre as ações do Banco Central e a situação econômica do país podem ser conferidos na matéria completa em O Globo.

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