Brasil, 18 de setembro de 2025
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Argentina realiza primeira intervenção cambial desde abril para conter o dólar

Banco central vendeu US$ 53 milhões na quarta-feira, tentando evitar rompimento da banda cambial e estabilizar o peso

O banco central da Argentina promoveu sua primeira intervenção no mercado de câmbio desde abril, com o objetivo de conter a disparada do dólar frente ao peso nesta quarta-feira (18). A medida ocorre após o peso ultrapassar o limite superior da banda cambial, em um momento de crescente instabilidade econômica e política no país.

Intervenção e tentativa de estabilização do peso argentino

A autoridade monetária argentina vendeu US$ 53 milhões na quarta-feira, segundo relatório divulgado ao final do dia. Apesar de negar rompimento da banda cambial, o Banco Central admitiu que houve uma intervenção para manter o peso dentro do limite estipulado pelo acordo com o FMI. Os dados do mercado indicam que o dólar atingiu a cotação de 1.474,50 pesos, exatamente o limite superior da banda de flutuação de 1.474,345 pesos por dólar, considerando o arredondamento feito pelo banco.

Regime de banda cambial e o papel do FMI

Desde abril, o país adotou um regime de banda cambial, permitindo que o peso flutue dentro de uma margem de 1% para cima ou para baixo, com ampla supervisão do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o acordo, quando o peso atinge os limites da banda, o banco central pode intervir diretamente no câmbio para evitar que a cotação ultrapasse o teto ou o piso.

Cenário de tensões econômicas e políticas

O governo de Javier Milei enfrenta dificuldades crescentes, com tentativas de conter a inflação, preservar reservas e manter a confiança dos investidores. Analistas afirmam que as intervenções frequentes no mercado cambial refletem o esforço do governo para demonstrar estabilidade, apesar das pressões internas e externas.

Com as eleições parlamentares marcadas para outubro, há uma expectativa de que o cenário de instabilidade possa se intensificar. Especialistas alertam que defender o limite superior da banda cambial pode ter altos custos, especialmente devido às reservas internacionais limitadas, levando algumas opiniões a sugerir a necessidade de acelerar uma flexibilização cambial mais ampla e ajustes na política econômica.

Perspectivas para o mercado e os desafios do governo

Analistas como Thierry Larose, gestor de portfólio da Vontobel Asset Management, destacam que é mais prudente ajustar a banda para cima de forma ordenada, o que ajudaria a reduzir a pressão sobre as reservas e evitar uma crise cambial mais aguda. Enquanto isso, a percepção de instabilidade política e baixa popularidade de Milei complicam ainda mais o cenário econômico.

Segundo especialistas, as tensões atuais reforçam os riscos de uma eventual desvalorização mais rápida ou de medidas mais drásticas de flexibilização cambial, o que pode impactar negativamente no controle da inflação e na sustentabilidade fiscal do país.

Para saber mais detalhes, acesse a reportagem completa no GLOBO.

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