Três senadores brasileiros, Eduardo Girão (Novo-CE), Damares Alves (Republicanos-DF) e Magno Malta (PL-ES), embarcaram nesta quarta-feira para a Itália com o objetivo de visitar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que se encontra presa em Roma desde julho. Zambelli foi detida após tentativa de fuga do Brasil e, segundo Girão, a visita tem a finalidade de “prestar solidariedade” à parlamentar.
O contexto da prisão de Carla Zambelli
Carla Zambelli está encarcerada no Complexo Penitenciário de Rebibbia, em Roma, enfrentando sérias acusações que resultaram em sua condenação a dez anos de reclusão no Brasil por falsidade ideológica e invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em decorrência de sua fuga do país. Ela segue detida na Itália enquanto aguarda o processo de extradição, conforme decisão da Justiça italiana.
Os senadores viajarão custeados por recursos próprios, sem onerar o Senado Federal. Além de visitar Zambelli, também estão programados encontros com autoridades italianas, embora não tenham sido divulgados os nomes delas. Os parlamentares tentam assim mostrar apoio a Zambelli em um momento particularmente delicado de sua vida e carreira política.
As implicações políticas da detenção
A prisão de Zambelli não só trouxe consequências legais, mas também deixou um impacto importante na Arena política brasileira. Antes da solicitação de cassação do mandato por parte do STF, ela já havia solicitado licença de 127 dias, com autorização concedida pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Durante sua ausência, o deputado Coronel Tadeu (PL-SP) assumiu o seu lugar.
O caso de Zambelli é emblemático. O escândalo em torno de sua prisão e as investigações que se seguem têm gerado reações variáveis entre os eleitores e políticos brasileiros. Enquanto alguns veem essa situação como um exemplo da Justiça sendo feita, outros argumentam que é um ataque à representação política de pessoas alinhadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A presença de Zambelli nas discussões políticas
Mesmo sob custódia, Carla Zambelli conseguiu participar de uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, onde fez uso de videochamada para expressar sua opinião durante o processo de possível cassação. A deputada emocionou-se, destacando a sua luta e as dificuldades que enfrentou, uma cena que reverberou na mídia e com seus apoiadores. A participação indica que, apesar da prisão, sua voz ainda ecoa e suas declarações continuam a impactar o cenário político brasileiro.
Desde a prisão de Zambelli no dia 29 de julho, ela se tornou procurada internacionalmente após ser incluída na lista vermelha da Interpol. Essa condição a torna buscada em 196 países, aumentando a complexidade de sua situação legal e suas possíveis implicações políticas futuramente.
A decisão dos senadores
A visita dos senadores Girão, Damares e Magno Malta à Zambelli levanta questões sobre o papel dos parlamentares em casos do tipo. A solidariedade demonstrada por eles expõe linhas divisórias no cenário político nacional, onde a defesa e apoio a figuras controversas podem tanto criar alianças quanto perda de credibilidade aos olhos dos eleitores.
A presença deles na Itália pode ser interpretada também como uma estratégia política, uma tentativa de fortalecer laços com apoiadores de Zambelli e, possivelmente, com a base eleitoral mais ampla que ela representa, que continua a existir no Brasil.
Com o andamento da extradição e as tensões políticas em alta, as próximas semanas talvez revelem mais desdobramentos sobre o caso de Carla Zambelli e as respostas da sociedade e do governo à sua situação. Os olhos do Brasil e do mundo permanecem voltados para Roma, onde um bom número de entidades políticas e cidadãos aguardam desdobramentos acerca da parlamentar.
Essencialmente, a prisão de Carla Zambelli não é apenas uma questão individual; é uma interseção entre justiça, política e as dinâmicas sociais contemporâneas no Brasil, que merece ser acompanhada de perto.