No último domingo, dia 14 de setembro, a cidade de Erechim, no Rio Grande do Sul, se transformou em um ponto de encontro de fé e devoção com a realização da 38ª Romaria de Nossa Senhora da Santa Cruz. O evento, que atraiu peregrinos de diversas localidades, foi marcado por celebrações religiosidade e espiritualidade, homenageando a Exaltação da Santa Cruz.
A história da devoção e a importância do santuário
O santuário de Nossa Senhora da Santa Cruz, agora erigido canonicamente com estatuto próprio, está situado na estrada que liga Erechim e Aratiba. De acordo com monsenhor Agostinho Francisco Dors, este santuário se junta a outros dois reconhecidos na Diocese de Erexim: Nossa Senhora da Salete de Marcelino Ramos e Nossa Senhora de Fátima de Erechim. Estes locais, reconhecidos pela Igreja, desempenham um papel importante nas peregrinações e na celebração de sacramentos como a Eucaristia, a Reconciliação e a Unção dos Enfermos.
O espírito de comunidade e a união na fé
A Romaria foi preparada com um tríduo que incluiu missas e momentos de reflexão. Durante o evento, os participantes puderam se confessar e renovações da fé, além de celebrações especiais como a unção dos enfermos e um almoço comunitário. A programação foi enriquecida com pregações que fortaleceram os laços da comunidade local e sua devoção à Santa Cruz, que simboliza purificação e esperança.
Apesar de algumas adversidades climáticas — como a chuva intensa que começou perto do meio-dia — a população se manteve firme em sua fé, e muitos romeiros se protegeram em seus veículos ou apenas se reacomodaram para esperar o retorno da solenidade.
O Jubileu 2025 e a mensagem de esperança
O evento deste ano também teve uma ligação direta com o Jubileu 2025, cujo tema é “Peregrinos de Esperança”. A homilia de monsenhor Agostinho ressaltou a ligação entre Nossa Senhora da Santa Cruz e a história de Dorothéa Menegon Farina, cuja devoção foi crucial para a fundação do santuário. O lema da romaria, “A esperança não decepciona!” (Rm 5,5), soou forte no coração dos fiéis que participaram, lembrando da importância da fé em tempos difíceis.
A mensagem de acolhimento e solidariedade estava clara nas palavras de monsenhor Agostinho ao se referir às provações enfrentadas pelas pessoas na atualidade, como doenças, pobreza e discriminação: “A Cruz não é vista como símbolo de sofrimento, mas como um trono sagrado de redenção”. Esse chamado à união reflete os ensinamentos de Jesus, que se faz presente nas dificuldades do dia a dia, convidando os fiéis a suportarem suas cruzes com esperança.
Expectativas e aprendizados na Romaria
A experiência vivida durante a Romaria de Nossa Senhora da Santa Cruz não se limitou apenas a um evento religioso, mas foi uma oportunidade de reflexões profundas sobre o papel da fé na vida das pessoas. O presidente da celebração exortou os presentes a cultivarem uma vida comunitária ativa, repleta de paz, orações e partilhas que estimulem o aprofundamento na fé.
À medida que os romeiros deixavam o santuário, cada um levava consigo não apenas a lembrança de um evento, mas a certeza de que sua devoção e esperança eram constantes, mesmo nas condições desafiadoras que a vida lhes apresenta. O desejo de que a Esperança, representada na figura de Nossa Senhora da Santa Cruz, se mantenha viva nos corações de todos os presentes deixa um legado que vai além do dia da romaria.
Com isso, a Romaria de Nossa Senhora da Santa Cruz, marcada por simbolismos e união, prova que a fé possui o poder de unir as pessoas e guiá-las em busca de um futuro melhor e mais esperançoso.