Brasil, 18 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Lula se posiciona contra a PEC da Blindagem durante entrevista

O presidente Lula afirma que, se fosse deputado, votaria contra proposta que protege parlamentares de inquéritos e prisões.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou nesta quarta-feira sobre a PEC da Blindagem, aprovada recentemente pela Câmara dos Deputados. Em uma entrevista à BBC, Lula afirmou que, caso fosse deputado, votaria contra o projeto que visa proteger parlamentares de investigações e detenções, o que gerou um debate acalorado no cenário político brasileiro.

A PEC da Blindagem e seus impactos

A proposta, conhecida como PEC da Blindagem, tem como objetivo garantir que investigações e prisões de parlamentares sejam decididas pelos próprios membros do legislativo. Isso significa que, em casos de inquéritos, apenas os parlamentares teriam o poder de aprovar (ou não) a continuidade das investigações contra seus colegas. Essa lógica gerou críticas, pois algumas pessoas acreditam que a medida reforça a impunidade e retira a responsabilidade dos representantes políticos frente à justiça.

Lula destaca que a verdadeira proteção que os cidadãos e políticos deveriam buscar é um comportamento ético e transparente. “Se eu fosse deputado, seria contra e votaria contra a PEC da Blindagem. Eu acho que a maior blindagem que as pessoas precisam é elas terem um comportamento sem cometer nenhum ilícito na vida”, comentou o presidente. Com essa declaração, Lula reforça sua posição contra o que considera uma blindagem desnecessária para políticos, que poderia prejudicar a confiança da população nas instituições.

A votação dos deputados do PT

Durante a entrevista, Lula também foi questionado sobre a votação de 12 deputados do Partido dos Trabalhadores (PT), que se posicionaram a favor da proposta. Ele reconheceu a situação delicada, afirmando que, apesar de não ser o presidente do seu partido, se fosse nessa posição, orientaria seus membros a votarem contrariamente à PEC. “Eu sou presidente da República. Se eu fosse presidente do meu partido, orientaria para votar contra. Eu votaria para fechar a questão e votar contra”, afirmou.

Essa declaração é significativa, pois mostra uma preocupação de Lula em alinhar sua liderança política com a ética e a responsabilidade. Ele vai além e ressalta que essa é uma questão que deve ser abordada internamente pelos partidos, onde a possibilidade de punições para quem desrespeita diretrizes é um fator a ser considerado.

Anistia a Jair Bolsonaro

Outro ponto levantado na entrevista foi a possível anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal a 27 anos e 3 meses de prisão em um caso relacionado a um golpe de Estado. Lula se posicionou firmemente contra a ideia de anistia, declarando que vetaria qualquer proposta desse tipo que chegasse a sua mesa. “O presidente da República não se mete numa coisa do Congresso Nacional. Se os partidos políticos entenderem que é preciso dar anistia… isso é um problema do Congresso”, disse Lula, reforçando que é uma questão que deve ser decidida pelo legislativo, e não pelo executivo.

Ele ainda acrescentou: “Se for PEC, não precisa sancionar. Se for uma lei aprovada e os partidos estiverem de acordo, o presidente da República… se viesse pra eu vetar, pode ficar certo de que eu vetaria.” Essa posição de Lula está em consonância com sua política de governo, que busca fortalecer as instituições e a democracia, evitando escalonamentos de impunidade entre políticos.

Conclusão

A fala de Lula, ao se opor à PEC da Blindagem e ao discutir a possibilidade de anistia a políticos condenados, revela um cenário onde a ética e a responsabilidade são primordiais na política brasileira. As declarações do presidente suscitam reflexões sobre o papel dos parlamentares e a necessidade de se estabelecer um sistema que assegure a justiça sem favorecer a impunidade. Enquanto isso, o debate sobre a proposta aprovada continua a provocar diferentes reações no cenário político e entre os cidadãos, que buscam um governo mais ético e responsável.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes