Brasil, 17 de setembro de 2025
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Governo nomeia Emmanoel Schmidt para presidir os Correios em meio a crise

Executivo do Banco do Brasil assume comando da estatal, que enfrenta prejuízo de R$ 2,64 bilhões no segundo trimestre de 2025

O governo federal anunciou nesta semana a nomeação do funcionário de carreira do Banco do Brasil, Emmanoel Schmidt Rondon, para assumir a presidência dos Correios. A escolha ocorre em um momento de crise financeira na estatal, que registrou um prejuízo de R$ 2,64 bilhões no segundo trimestre de 2025, um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano anterior.

Nova liderança e disputas internas

Rondon substituirá Fabiano Silva dos Santos, que enviou uma carta de pedido de demissão ao presidente Lula em julho e permanece sem definir um novo destino. O nome de Rondon conta com o aval da Casa Civil e foi encaminhado ao Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração dos Correios. A nomeação deve ocorrer até o final desta semana.

O cargo gerou disputa entre as siglas União Brasil e PT, que atualmente dividem as seis diretorias da empresa em partes iguais. Fabiano Silva foi indicado pelos petistas, e há resistência interna para a troca de comando, refletindo as complexidades políticas envolvendo a estatal.

Perfil de Emmanoel Schmidt Rondon

Rondon possui formação em Economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e MBA pelo Ibmec. Desde maio de 2017, atua como gerente executivo no Banco do Brasil, tendo passado por cargos de assessor sênior e por ser conselheiro da Previ, fundo de pensões dos funcionários do banco. Segundo informações do seu perfil no LinkedIn, ele também foi gestor na Previ.

Desafios e crise financeira nos Correios

Os Correios enfrentam uma grave crise financeira, com prejuízos acumulados de R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025, mais que o triplo do resultado negativo de R$ 1,35 bilhão registrado no mesmo período de 2024. Em balanço divulgado, a estatal atribui as dificuldades a fatores conjunturais externos que impactam sua receita e afirma estar adotando medidas de eficiência para reverter o cenário.

Um dos instrumentos dessas ações inclui a diversificação de serviços e a expansão da atuação comercial, bem como a racionalização de despesas e a redução de custos operacionais, buscando preservar a universalização dos serviços e garantir a sustentabilidade financeira. No entanto, a receita bruta de vendas e serviços caiu 11,3% no semestre, chegando a R$ 8,52 bilhões, com destaque para a forte queda no serviço de postagem internacional (-61,3%).

Contexto político e reflexos na gestão

A nomeação de Rondon ocorre em meio a uma disputa política entre partidos que buscavam influenciar a direção da estatal. A resistência do presidente Lula em entregar o comando dos Correios ao União Brasil, que reivindicava prerrogativas de indicação, revela o peso das disputas internas na política brasileira, especialmente considerando o histórico de crises e desvios na companhia.

Especialistas e interlocutores do governo avaliam a escolha de Rondon como um esforço para trazer uma gestão técnica e focada na recuperação financeira, após um período de instabilidade e resistência às medidas de corte de pessoal e fechamento de unidades, que eram apontadas por ministros como necessárias para viabilizar a sustentabilidade da empresa.

Perspectivas para os Correios

Com a chegada de um novo presidente e o alinhamento à Casa Civil, espera-se que os Correios iniciem uma nova fase de ajustes estratégicos e cortes de pessoal, além de avançar nas ações de diversificação de receitas. A expectativa é que o comando de Rondon contribua para a recuperação da estatal, que permanece como uma peça importante na estrutura de serviços públicos do Brasil apesar dos desafios econômicos.

Para acompanhar o desenvolvimento dessas mudanças, o governo deve publicar nos próximos dias uma medida provisória detalhando as novas diretrizes da gestão na estatal.

Fonte: O Globo

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