O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, decidiu nesta quarta-feira (17) reduzir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, de 4,25%-4,5% para 4%-4,25%. A medida, amplamente prevista pelo mercado, foi aprovada pela maioria dos membros do comitê (11 a 1), com a única dissidência do diretor Stephen Miran, nomeado recentemente pelo ex-presidente Donald Trump, que defendeu um corte maior de meio ponto.
Perspectivas de cortes adicionais e impacto no mercado de trabalho
Segundo André Valério, economista sênior do Banco Inter, o comitê projeta mais dois cortes de 0,25 ponto percentual ao longo de 2025, totalizando uma redução de 0,75 ponto. Ainda assim, as próximas informações sobre o mercado de trabalho serão decisivas para a trajetória da política monetária.
O Fed mantém uma expectativa de deterioração no mercado de trabalho, prevendo uma taxa de desemprego de 4,5% neste ano. Apesar disso, projeta inflação de 3% em 2025 e de 2,6% em 2026, acima das estimativas de junho, o que pode limitar futuros cortes, caso a retomada do emprego ocorra com força.
Divisão no Federal Reserve e influência política
Segundo Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o voto isolado de Miran reforça a preocupação com a influência do presidente Donald Trump na condução da política monetária, especialmente considerando que o comitê passará por uma forte renovação de indicados do atual presidente republicano nos próximos meses.
Marcela Kawauti, economista-chefe da Lifetime Gestora, avalia que o cenário do Fed se tornou mais desafiador, diante da desaceleração no mercado de trabalho, aumento do desemprego e inflação acima do esperado.
Desafios e riscos na condução da política monetária
A autoridade monetária enfrenta uma difícil escolha entre conter a inflação ou estimular o crescimento econômico. No entanto, os riscos de uma desaceleração econômica parecem ter prevalecido, levando à retomada da flexibilização de juros. Essa decisão reflete o cenário de incerteza global e doméstica, que influencia as próximas ações do Fed.
Até a próxima reunião, espera-se a divulgação de mais dados sobre o mercado de trabalho, que podem definir novos movimentos de política monetária. Se os indicadores continuarem alinhados às tendências atuais, um novo corte de 0,25 ponto não está descartado.
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