Brasil, 17 de setembro de 2025
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Estudo revela como dietas ricas em gorduras afetam a memória

Pesquisa japonesa sugere que dietas ricas em gorduras prejudicam a memória rapidamente, mas o dano pode ser reversível.

Um novo estudo da Universidade de Chiba no Japão, publicado na revista PLOS Genetics, apresenta revelações alarmantes sobre o impacto das dietas ricas em gordura na memória. Segundo os pesquisadores, memórias que deveriam durar horas podem se dissipar em apenas uma semana, especialmente em organismos como as moscas-das-frutas. Com ênfase nas intervenções possibilitadoras de recuperação, os pesquisadores indicam que o problema não é permanente, podendo o sistema de limpeza do cérebro ser restabelecido com ajustes adequados na dieta.

Como a dieta afeta a memória rapidamente

Os cientistas treinaram moscas-das-frutas para evitarem certos odores associados a um leve choque elétrico. Normalmente, esses insetos conseguem se lembrar disso por algumas horas ou até um dia. No entanto, as moscas alimentadas com uma dieta rica em gordura, que incluía 20% de óleo de coco, mostraram um desempenho significativamente pior nas lembranças a partir de três horas após o treinamento.

Embora a memória de curto prazo tivesse permanecido intacta, a incapacidade de reter informações em médio e longo prazo se mostrou preocupante. A memória, essencial para atividades cotidianas, foi danificada não por um encolhimento do cérebro ou ganho de peso, mas por um congestionamento na “equipe de limpeza” celular que normalmente remove resíduos dentro dos neurônios.

O papel da autofagia

A autofagia é um mecanismo essencial para a manutenção das células, funcionando como um serviço de limpeza que remove proteínas quebradas e partes celulares desgastadas. Durante o experimento, a equipe observou que esse sistema crítico falhou sob dietas ricas em gordura, levando a um acúmulo de resíduos nas células nervosas. Células que deveriam trabalhar de forma harmoniosa não conseguiam fundir os autofagossomos, responsáveis por coletar o lixo, com os lisossomos, que realizam a degradação.

A possibilidade de reverter danos

O estudo ainda ofereceu uma esperança: quando os pesquisadores ativaram o sistema de limpeza celular nas moscas, mesmo enquanto continuavam alimentadas com uma dieta rica em gorduras, a memória das moscas foi restaurada. Três intervenções foram testadas: desativar uma proteína que desacelera a autofagia, ativar uma proteína que acelera a limpeza e introduzir rapamicina, um medicamento que apoia a reciclagem celular.

Todos os três métodos demonstraram eficácia. Contudo, ficou evidente que um equilíbrio é necessário: aumentar a autofagia em moscas alimentadas com dietas normais levou à redução da memória, indicando que a limpeza excessiva pode comprometer processos saudáveis.

Implicações para a saúde humana

Embora os resultados não se traduzam diretamente para humanos, eles apontam para um entendimento mais profundo de como a dieta influencia na saúde cerebral. Alterações rápidas na memória dos insetos levantam questões sobre sensibilidades em humanos que podem estar ligadas à dieta. Assim, é crucial promover padrões alimentares equilibrados que possam suportar a saúde mental, especialmente em tempos em que dietas ricas em gordura são comuns.

A possibilidade de reverter perdas de memória relacionadas à dieta é promissora, abrindo caminho para futura pesquisa que poderá levar a estratégias terapêuticas inovadoras. Além disso, a busca por hábitos alimentares saudáveis pode não apenas preservar as habilidades cognitivas no curto prazo, mas também proteger a saúde do cérebro a longo prazo.

Considerações finais

O estudo reforça a importância de manter um balanço nas atividades de manutenção neural e alerta para os efeitos prejudiciais de dietas desequilibradas. A natureza plástica do cérebro humano sugere que, com o suporte adequado, é possível melhorar e até reverter danos, enfatizando que nossas escolhas alimentares têm um impacto duradouro sobre nossa saúde cognitiva.

Aviso: Este artigo é apenas para fins informativos e não deve ser considerado aconselhamento médico. Para orientações de saúde pessoal, consulte um profissional qualificado.

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