A taxa de desemprego no Brasil recuou para 5,6% no trimestre encerrado em julho, o menor patamar já registrado na série histórica iniciada em 2012, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada pelo IBGE.
Indicadores reforçam resiliência do mercado de trabalho
Os dados mostram que, apesar do cenário de juros altos, o mercado de trabalho demonstra alta resistência, com melhorias em diversos indicadores, incluindo renda e níveis de ocupação. Especialistas avaliam que esse quadro reforça a cautela do Banco Central em relação à manutenção da Taxa Selic, que deve permanecer em 15% ao ano na reunião de hoje.
Emprego e rendimento
A população ocupada atingiu 102,4 milhões de pessoas, marcando recorde histórico, impulsionada pelo aumento no emprego formal, com 39,1 milhões de trabalhadores com carteira assinada. O número de desempregados, que busca ativamente uma vaga, chegou a 6,1 milhões, o menor desde o último trimestre de 2013.
William Kratochwill, analista do IBGE, destacou ainda a diminuição da taxa de subutilização da força de trabalho para 14,1%, o menor nível já registrado, indicando que a maior parte da população não está desistindo de procurar emprego, e sim ingressando efetivamente no mercado de trabalho.
Distribuição setorial dos alta na ocupação
O crescimento na ocupação no período foi puxado por setores como administração pública, defesa, educação, saúde e serviços sociais, que aumentaram mais de 2,8% ou 522 mil pessoas. Educação foi o principal destaque, seguido por agricultura, pesca, aquicultura e informações.
Mercado de trabalho e perspectivas futuras
Apesar do otimismo, há divergências entre economistas sobre a trajetória futura da inflação e dos juros. Claudia Moreno, do C6 Bank, projeta que a taxa de desemprego deve encerrar 2025 próximo a 5,5%, mantendo-se em patamar bastante baixo na história do país.
Daniel Duque, da FGV Ibre, avalia que a economia deve experimentar uma estabilização na taxa de desemprego, com leve aumento de 0,1 ponto percentual, influenciado pelo aumento de juros, que deve ficar em 15% até o fim de 2025, com possibilidade de flexibilização em 2026.
Impactos na política monetária
Analistas como José Márcio Camargo e equipe da Genial Investimentos afirmam que, apesar do arrefecimento na atividade econômica a partir do segundo trimestre, o mercado de trabalho continua resiliente e pode impactar a inflação nos próximos meses. A expectativa, por ora, é de manutenção dos juros em 15%, com possibilidade de redução futura.
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