Brasil, 17 de setembro de 2025
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Copom mantém taxa Selic em 15% ao ano até 2026

Decisão do Banco Central reforça expectativa de estabilidade na taxa de juros, com possible queda apenas no início de 2026

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil anunciou nesta quarta-feira (17) a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. A decisão mantém o maior patamar em quase 20 anos, refletindo a estratégia de combate à inflação e a necessidade de controlar as pressões inflacionárias no país.

Expectativa de manutenção até 2026

Economistas do mercado financeiro acreditam que a Selic deve permanecer inalterada pelo menos até o início de 2026, com projeções de que a taxa comece a cair somente no final de janeiro do próximo ano. Essa expectativa se baseia nas indicações do próprio Banco Central, que afirmou que a taxa permanecerá por um “período bastante prolongado”.

Análise de especialistas

O Itaú Unibanco destacou em comunicado que a inflação atual trouxe “algum alívio” e que as expectativas do mercado de alta de preços recuaram, embora ainda estejam substancialmente acima da meta para diversos prazos. “Mantemos a expectativa de início do ciclo de cortes apenas no 1º trimestre de 2026. Riscos de uma redução antecipada ainda em 2025 aumentaram, principalmente se houver valorização cambial ou desaceleração econômica acentuada”, afirmou o banco.

Desafios fiscais e impacto na inflação

Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), apontou que os desafios fiscais do Brasil dificultam o controle da inflação. Segundo ele, o descompasso entre as contas públicas e a política monetária exerce pressão sobre a taxa de juros. “É fundamental que o setor público, incluindo união, estados e municípios, faça esforços responsáveis para equilibrar suas finanças e evitar à continuidade de juros elevados e rombo fiscal, que prejudicam a economia”, declarou Cervone.

Dados econômicos recentes

O IBGE informou que a taxa de desemprego recuou para 5,6% no trimestre encerrado em julho, o menor nível da série histórica, o que indica sinais de desaceleração da atividade econômica. O BC atua com base no sistema de metas de inflação, que neste momento prevê oscilações entre 1,5% e 4,5% para o próximo período, incluindo 2025 e 2026, ainda acima da meta central de 3%.

Desde o início de 2025, o BC vem monitorando a inflação, que ainda apresenta projeções acima da meta, e aposta em uma política de juros mais restritiva até que as expectativas de preços fiquem sob controle.

Perspectivas e cenário externo

O Banco Central reforçou que o cenário externo também está mais incerto e adverso, o que influencia a política monetária interna. Com o aumento de riscos globais, o BC mantém uma postura cautelosa e garante que continuará atentos às variáveis econômicas antes de sinalizar novas mudanças na taxa de juros.

Segundo análise do mercado, a desaceleração da economia, com crescimento moderado e dados mistos entre setores, faz parte da estratégia do BC de conter a inflação sem comprometer demais a atividade econômica. A institucional afirma que o impacto na geração de empregos tende a se aprofundar caso a política de juros seja mantida por um período prolongado.

A decisão do Copom reforça a postura de manutenção da taxa Selic, com expectativa de cortes apenas no início de 2026, visando equilibrar a inflação e a saúde fiscal do país.

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