pedido foi negado, aumentando ainda mais seu desespero e revolta.
Imagens reveladoras e consequências legais
As imagens obtidas pelo site RJ1 mostram não apenas os disparos, mas também os policiais tentando manipular a versão dos acontecimentos. No hospital, eles foram flagrados discutindo sobre o que relatar ao batalhão, enquanto recolhiam cápsulas de munição do carro de Bruno. “Fala que o carro se evadiu”, instrui um dos policiais, revelando a tentativa de encobrir o erro cometido. A Corregedoria da Polícia Militar apontou que as irregularidades nos procedimentos dos PMs podem levar a um crime doloso, o que implica uma intenção de causar dano.
Processo criminal e indenização
Atualmente, três dos quatro policiais envolvidos na perseguição respondem a um processo criminal. O caso está sob análise do Ministério Público Militar. Apesar das evidências apresentadas, os PMs continuam em suas funções. Bruno, por sua vez, ingressou com um pedido de indenização ao estado e recebeu a quantia de R$ 40 mil. Entretanto, ele considera o valor insuficiente para cobrir os danos físicos e psicológicos sofridos, bem como as dificuldades financeiras que enfrentou após o incidente.
“Esse valor não cobre o que passei. É um desrespeito com minha dor e sofrimento”, afirmou Bruno, que também se defende com o auxílio de advogados. A defesa planeja recorrer da decisão da juíza Aline Maria Gomes Massoni da Costa, que também negou pedidos de assistência médica e supressão de danos materiais originados pela tragédia.
O que dizem as autoridades?
A Polícia Militar comunicou que os agentes continuam em suas funções, uma vez que ainda não existe nenhuma decisão judicial que determine seu afastamento. A Secretaria Municipal de Saúde informou que Bruno está em acompanhamento e, até o momento, não há recomendação médica para a remoção das balas que permanecem em seu corpo. O estado do Rio de Janeiro ainda analisará o recurso apresentado pela defesa de Bruno.
A situação levantou preocupações sobre a condução das ações policiais no Brasil, especialmente no que diz respeito à segurança dos cidadãos e ao uso da força por parte das autoridades. Bruno conclui sua história com um apelo: “Fui vítima da polícia que deveria me proteger. Quase morri. É um absurdo.”
A repercussão deste caso permanece e a comunidade aguarda uma resposta e ações concretas que impeçam que situações como essa se repitam no futuro. O episódio não só marca a vida de Bruno, mas também serve como um alerta sobre a necessidade de mudanças nas abordagens de segurança pública.
As câmeras corporais dos policiais militares envolvidos em uma perseguição na Zona Norte do Rio de Janeiro revelam a confusão e a falta de profissionalismo dos agentes em um episódio que terminou com um inocente, Bruno Bastos Patrocínio, de 47 anos, baleado. O incidente ocorreu no dia 10 de novembro de 2024 e teve repercussão significativa, levantando questões sobre a conduta da polícia e a segurança dos cidadãos.
Como tudo aconteceu
A perseguição teve início após um veículo que não pertencia a Bruno furar uma blitz do Batalhão de Policiamento em Vias Especiais (BPVE). Às 15h10, o carro suspeito passou pela barreira de segurança na Avenida Pastor Martin Luther King Jr., em Inhaúma, levando os policiais a entrarem em uma viatura para seguir no encalço do veículo.
O que se seguiu foi um exemplo claro de confusão entre os policiais. Em gravações das câmeras, é possível ouvir um dos oficiais gritar: “É um carro preto!”; logo em seguida, outro completa: “É bonde. É bonde!” A indecisão sobre qual carro realmente estava sendo perseguido levou os PMs a abordarem o carro de Bruno, disparando quase 20 vezes, mesmo ele tentando gesticular e pedir socorro.
Ferido e lutando por justiça
Bruno foi um dos alvos não intencionais da ação policial e ficou gravemente ferido, levando quatro tiros que agora estão alojados na região abdominal. Dos dez meses desde o incidente, ele ainda não conseguiu retornar ao trabalho e enfrenta dificuldades financeiras devido ao impacto do ocorrido. Em uma nova consulta em uma Clínica da Família, um médico diagnosticou-o com transtorno de estresse pós-traumático e o considerou incapaz de voltar a suas atividades normais.
“Não consigo trabalhar como antes. Esse episódio mudou minha vida”, lamenta Bruno, que continua lutando para receber um tratamento adequado após o ataque. Mesmo após inúmeras tentativas de conseguir ajuda no Hospital da Polícia Militar, seu