O Banco Central do Brasil decidiu nesta quarta-feira (17) manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, em reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A decisão atende às expectativas do mercado, considerando o ambiente externo desfavorável e a persistência de inflação acima da meta.
Manutenção da Selic e fatores considerados
Após dois dias de reunião, o Copom concluiu que a manutenção da taxa neste patamar é a melhor estratégia para a convergência da inflação à meta, levando em conta a inflação elevada, o mercado de trabalho ainda aquecido e o cenário externo de incerteza, sobretudo pelos fatores relacionados às políticas comerciais dos Estados Unidos.
A ata divulgada pelo Banco Central destaca que, apesar de a economia brasileira apresentar sinais de moderação, a inflação deuterada e cheia permaneceu acima do esperado, com expectativas para 2025 e 2026 em torno de 4,8% e 4,3%, respectivamente, ambos acima do meta oficial.
Cenário externo e política monetária nos EUA influenciam decisão
O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, anunciou nesta semana o primeiro corte de juros de 2025, reduzindo a taxa para 4,25% a 4,50%, após uma sequência de aumentos que atingiram o maior nível em duas décadas, entre 5,25% e 5,50%. Segundo o comunicado do Fed, o cenário global permanece incerto devido às tensões geopolíticas e às políticas econômicas americanas.
“O ambiente externo se mantém incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos”, afirmou o texto do Copom, reforçando a cautela na condução da política monetária.
Expectativas e riscos para a inflação no Brasil
De acordo com a ata, o movimento de manter a Selic em 15% também reflete a necessidade de contendê-la, por conta de riscos inflacionários elevados, como a possível desancoragem das expectativas de inflação, maior resiliência na inflação de serviços e impactos de políticas monetárias externas.
Por outro lado, há fatores de risco de baixa, incluindo uma possível desaceleração mais acentuada da atividade econômica, impactos de uma desaceleração global ou a redução dos preços das commodities, que poderiam ajudar na redução da inflação.
Perspectivas de política monetária
O Comitê reforçou a postura de vigilância, sinalizando que a taxa de juros poderá ser ajustada futuramente, caso os riscos inflacionários se agravem ou os objetivos de convergência da inflação não sejam atingidos. A decisão de manter a Selic, segundo o Copom, está alinhada à estratégia de combate à inflação em um cenário de grande incerteza.
O comitê também destacou que seguirá monitorando de perto os desenvolvimentos internacionais e domésticos, incluindo tarifas comerciais dos EUA e a política fiscal interna, que podem influenciar as condições de liquidez e inflação no Brasil.
O próximo encontro do Copom será nos dias 4 e 5 de novembro, quando novas decisões poderão ser adotadas conforme as condições econômicas evoluam.
Fonte: economia.ig.com.br