O lançamento do primeiro Atacadão na França, realizado pelo grupo Carrefour em junho do ano passado, tem enfrentado obstáculos para consolidar sua presença, segundo informações da revista Jeune Afrique. O CEO da operação francesa, Brahim Lemseffer, explicou que o novo modelo de loja exige de três a quatro anos para atingir plena eficiência.
Desafios na implementação do modelo de atacarejo na França
De acordo com Lemseffer, “não estamos abrindo mais um hipermercado, mas um novo modelo. Esse tipo de loja leva de três a quatro anos para funcionar a todo vapor”. A estratégia visa testar uma abordagem diferente, focada em preços competitivos, mas a adaptação ao perfil francês demanda tempo.
Resistência local e percepções de preço
O projeto gerou controvérsias desde seu início. Inicialmente, a loja foi planejada para ser instalada na comuna de Sevran, mas protestos liderados pelo prefeito local resultaram na transferência da instalação para Aulnay-sous-Bois, vizinha de Paris. Segundo a publicação, o atacarejo enfrenta dificuldades para convencer os consumidores franceses de que seus preços são vantajosos em relação a redes tradicionais como Leclerc e Intermarché.
Atualmente, apenas 60% dos clientes são consumidores finais, abaixo dos 70% inicialmente previstos, indicando resistência na adesão ao conceito de atacarejo. Enquanto isso, no Marrocos, o modelo tem sido um sucesso, com 19 lojas operadas pelo Label’Vie e um aumento de 20,7% no faturamento no segundo trimestre, destacando o potencial do formato em outros mercados.
Perspectivas de crescimento
Apesar das dificuldades no mercado francês, a operação no Marrocos demonstra o potencial do atacarejo brasileiro. Segundo a direção do Label’Vie, o Atacadão continua sendo o principal motor de crescimento da rede, com resultados expressivos que contrastam com o início mais lento na Europa.
Especialistas apontam que a adaptação cultural e a percepção de preço são fatores-chave para o sucesso do atacarejo na França. Os próximos anos serão decisivos para determinar se a estratégia do grupo Carrefour conseguirá consolidar o formato no mercado europeu.
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