Brasil, 16 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Professora da UFPR, filha de ministro do STF, é agredida no campus

A professora Melina Fachin foi alvo de agressões em um ato de hostilidade política na Universidade Federal do Paraná.

A recente agressão sofrida pela professora Melina Fachin, diretora da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e filha do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, gerou grande repercussão nas redes sociais e entre as autoridades. O incidente ocorreu no dia 12 de setembro, quando Melina foi cuspida e chamada de “lixo comunista” por um homem não identificado no campus da instituição. Segundo seu marido, o advogado Marcos Gonçalves, a professora ficou “indignada” com a situação, mas permanece firme diante das ameaças.

A agressão e suas consequências

O relato de Gonçalves destaca a gravidade do ato, que foi associado ao clima de hostilidade política que permeia o país. “A violência é resultado do discurso de ódio propalado pelo radicalismo de extrema direita”, afirmou. Ele também criticou a falta de segurança em ambientes acadêmicos e questionou a coragem do agressor, pedindo que ele se identificasse: “Mostre sua cara e veremos como as coisas se resolvem.”

Até o momento, Melina ainda não se pronunciou publicamente sobre o ataque. Gonçalves afirmou que não há motivos para que sua esposa deixe suas atividades na universidade, reafirmando seu compromisso com a educação e a defesa dos direitos humanos.

Perfil da professora Melina Fachin

Uma trajetória acadêmica de destaque

  • Melina Fachin, graduada em Direito pela UFPR, é reconhecida por sua atuação como professora de Direito Constitucional e diretora da Faculdade desde 2021.
  • Possui mestrado e doutorado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e participou de formações complementares na França e em Portugal.
  • Além de seu papel acadêmico, Melina é advogada e integra importantes entidades jurídicas e de direitos humanos, incluindo a Comissão de Direitos Humanos da OAB-PR e o Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB).

Resposta da Universidade e reações

A UFPR, em nota oficial, declarou que o caso será discutido em reunião do Conselho de Planejamento e Administração (Coplad) e que estão sendo analisadas as medidas a serem tomadas. A instituição afirmou que é fundamental preservar as universidades como espaços de diálogo e aprendizado.

A agressão gerou reações de diversas autoridades e instituições. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se manifestou, repudiando o ato de violência, e destacou a importância de manter a universidade como um ambiente de respeito e pluralidade. O ministro Gilmar Mendes também se solidarizou com Melina, chamando a agressão de “inaceitável” e enfatizando que não se deve tolerar atos que intimidem o debate educacional.

Reflexão sobre violência política

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, classificou o ato como “violência política de gênero”. Em suas redes sociais, ela comentou: “Isso tem nome: violência política de gênero. E não é um caso isolado, é fruto do ódio disseminado pela extrema-direita contra mulheres, contra as universidades e a nossa democracia.”

Hoffmann fez ainda um apelo para que haja uma responsabilização urgente do autor das agressões e dos que fomentam esse tipo de comportamento. “Toda nossa defesa e respeito à Melina e à comunidade acadêmica da UFPR”, concluiu.

Considerações finais

O ataque a Melina Fachin é um claro reflexo do clima de polarização e intolerância política que vive o Brasil atualmente. Incidentes dessa natureza não apenas afetam as vítimas diretamente envolvidas, mas também lançam sombras sobre as instituições e o papel da educação em promover o respeito mútuo e o diálogo entre diferentes perspectivas. Que este episódio sirva como um chamado à ação para todos que acreditam no diálogo construtivo e na construção de um ambiente acadêmico seguro e acolhedor.

A sociedade brasileira deve se unir contra a intolerância e promover o respeito ao debate plural, fundamental para o progresso e harmonia social.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes