O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini, do PL, recentemente tomou uma posição polêmica ao descartar a possibilidade de punir servidores do município que optarem pelo uso do pronome neutro “todes” em eventos oficiais da Prefeitura. Em entrevista realizada na última segunda-feira (15), Brunini reagiu de forma irônica à situação, referindo-se a ela como um caso de “analfabetismo”. Essa declaração gera discussões acaloradas sobre a aceitação da linguagem neutra em contextos administrativos e sociais.
O contexto do uso do pronome neutro
A utilização do pronome neutro “todes” tem ganhado espaço nas discussões sobre inclusão de gênero e respeito à diversidade. Em muitas esferas, grupos já adotam essa linguagem como uma forma de representação para aqueles que não se identificam com os gêneros binários, masculino e feminino. Contudo, essa mudança de linguagem ainda enfrenta resistência, como demonstrado pela postura do prefeito de Cuiabá.
A ironia de Abilio Brunini
Durante a entrevista, ao ser questionado sobre a possibilidade de aplicar alguma punição para coibir o uso do pronome, Brunini comentou: “Não [penso nisso]. Acho que não tem por que eu fazer uma punição para ninguém sobre analfabetismo. Não vou fazer punição para ninguém”. Essa declaração evidencia o desconforto do prefeito com a nova terminologia, além de gerar críticas por parte de defensores dos direitos humanos que veem o uso do pronome neutro como uma necessidade de respeito e inclusão.
Repercussão nas redes sociais
A fala do prefeito gerou um burburinho nas redes sociais. Muitos internautas expressaram sua indignação pela postura do gestor, enquanto outros defenderam a visão dele, considerando que o uso do pronome neutro é uma moda passageira. A polarização em relação a este tema é evidente, refletindo a divisão da sociedade brasileira em relação a questões de gênero e linguagem.
O que é “todes”?
A palavra “todes” é a forma neutra de “todos” e “todas”, utilizada para incluir pessoas que não se identificam nem com o masculino, nem com o feminino. Essa tentativa de inclusão busca dar voz a uma parte da população que historicamente tem sido marginalizada. O advento do uso da linguagem neutra nas escolas, órgãos públicos e eventos oficiais despertou debates sobre a sua aceitação e validade.
A postura de Abilio em eventos públicos
Brunini já havia demonstrado sua aversão ao uso do pronome neutro em eventos oficiais. Em uma palestra na área da Saúde e em uma audiência pública da Educação, o prefeito se levantou e deixou o local ao ouvir o uso da palavra “todes”. Esses episódios não apenas reforçam sua posição contrária ao uso da linguagem inclusiva, mas também geram preocupações sobre como a liderança política pode influenciar a aceitação social do tema.
Próximos passos e polêmicas futuras
Com a resistência ao uso de pronomes neutros e o aumento da polarização nas discussões sobre gênero e linguagem em Cuiabá e no Brasil, é difícil prever como a situação evoluirá. Iniciativas de inclusão enfrentam barreiras em diversas frentes, e a atitude de líderes como Abilio Brunini pode influenciar novas gerações e suas percepções sobre gênero e linguagem.
Essa discussão é apenas o início de um debate que se estende muito além de Cuiabá. O que está em jogo é o respeito à diversidade, a promoção de uma sociedade mais inclusiva e a aceitação de diferentes formas de expressão que buscam garantir direitos iguais para todos.
Para quem deseja acompanhar mais sobre esse e outros assuntos relacionados, é recomendável seguir as atualizações de redes sociais e canais de comunicação que debatam linguagens inclusivas e questões de gênero de forma consciente e respeitosa.
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