Brasil, 16 de setembro de 2025
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Pesquisa revela 41% dos brasileiros contrários à anistia por tentativa de golpe

A pesquisa Genial/Quaest mostrou que a maioria da população não apoia a anistia para envolvidos na tentativa de golpe após a eleição de 2022.

Uma nova pesquisa realizada pela Genial/Quaest revelou que aproximadamente quatro a cada dez brasileiros (41%) são contra a possibilidade de anistia para os envolvidos na tentativa de golpe de Estado após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial de 2022. Os resultados, divulgados nesta terça-feira, mostram que apenas 36% da população apoia o perdão a todos os envolvidos na trama golpista, enquanto 10% defendem a anistia apenas para os atos de 8 de janeiro de 2023.

Opiniões divergentes sobre a anistia

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que pautará a urgência do projeto de anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de Janeiro na próxima quarta-feira. Esse projeto acirra a polarização entre a população. Desde a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o debate sobre a anistia ganhou força, dividindo a opinião pública.

Na pesquisa, ao serem questionados sobre sua opinião em relação à possibilidade de anistia, os entrevistados responderam da seguinte maneira:

  • Contra a anistia: 41%;
  • A favor da anistia para todos, incluindo Bolsonaro: 36%;
  • A favor da anistia apenas para os manifestantes do 8 de janeiro: 10%;
  • Não sabem/não responderam: 13%.

Os pesquisadores realizaram 2.004 entrevistas presenciais com brasileiros com 16 anos ou mais entre os dias 12 e 14 de setembro, e a margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

Análise por recortes políticos e socioeconômicos

A pesquisa também fornece insights interessantes sobre como diferentes grupos políticos e sociais se posicionam a respeito da anistia. Entre os que se declara de esquerda e não são lulistas, 73% se opõem à anistia, enquanto entre os bolsonaristas, 62% são a favor. Isso demonstra a forte divisão entre apoiadores e opositores do ex-presidente.

No Nordeste, onde o apoio ao PT é significativo, 44% da população é contra a anistia, percentual que é menor nas regiões Centro-Oeste/Norte (40%) e Sul (35%). Por outro lado, a maior aprovação para a anistia a todos, incluindo Bolsonaro, ocorre nas regiões Centro-Oeste/Norte e Sul, cada uma com 42% de apoio.

Além disso, a pesquisa revela diferenças significativas entre os gêneros. Aproximadamente 40% das mulheres são contrárias à anistia, enquanto entre os homens, a divisão é quase empatada, com 42% se opõem e 40% apoiam a anistia.

Perspectivas geracionais e educacionais

Entre as faixas etárias, a contrariedade à anistia é notória: 41% dos jovens de 16 a 34 anos, 42% entre os que têm de 35 a 59 anos e 42% entre os maiores de 60 anos. A nossa análise também aponta que a educação influencia nas opiniões, com 45% dos brasileiros com ensino superior completo afirmando ser contrários à anistia, enquanto 41% de quem possui apenas o ensino fundamental compartilha da mesma opinião.

A renda também se mostra um fator relevante nesse debate. Entre aqueles com renda familiar de até dois salários mínimos, 43% estão contra a anistia, enquanto 40% de quem tem de dois a cinco salários e aqueles com mais de cinco salários mínimos possuem opiniões semelhantes. A defesa por uma anistia geral alcança 43% do grupo cuja renda é superior a cinco salários, comparado a 29% daqueles com renda de até dois salários.

A influência da religião

A análise da pesquisa fortalece a ideia de que a fé também influi nas opiniões dos brasileiros sobre a anistia. Entre os católicos, 43% se mostram contrários à medida, enquanto entre os evangélicos, esse percentual é de 33%. Ademais, 40% dos evangélicos apoiam a anistia a todos, e 37% dos católicos também expressam apoio.

Em resumo, a pesquisa Genial/Quaest evidencia uma nação dividida a respeito da anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado no Brasil, refletindo uma sociedade em busca de respostas e possíveis consensos, mas que ainda enfrenta profundas divisões ideológicas e sociais. O debate vai continuar, especialmente com o avanço das pautas políticas no Congresso e as repercussões na sociedade.

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