O Papa Leo XIV foi convidado pelo Catholicos Karekin II, líder da Igreja Apostólica Armênia, para realizar uma visita oficial à Armênia. O convite foi feito durante reunião na residência papal em Castel Gandolfo nesta terça-feira (16), marcando uma continuidade no diálogo ecumênico entre as tradições cristãs.
Encontro no Castel Gandolfo reforça diálogo com a Igreja Armênia
O encontro aconteceu na Villa Barberini, residência de verão do Papa, enquanto as obras no Palácio Apostólico do Vaticano avançam. Segundo o representante da Igreja Armênia junto à Santa Sé, o arcebispo Khajag Barsamian, a reunião também abordou a necessidade de promover uma paz baseada na justiça, uma questão central no relacionamento ecumênico entre as tradições cristãs.
Durante o encontro, Karekin II voltou a reiterar seu convite para a visita do Papa à Armênia, uma nação que adotou o cristianismo como religião oficial em 301 d.C. Esta será uma oportunidade para fortalecer os laços históricos e religiosos entre as duas igrejas, que mantêm uma relação de respeito e diálogo desde o século XX.
Histórico de encontros entre a Igreja Armênia e papas
A Igreja Apostólica Armênia, uma das maiores do Oriente Ortodoxo, já recebeu visitas de papas anteriores, como João Paulo II, Benedict XVI e Francisco. Em 2001, João Paulo II foi o primeiro pontífice a visitar solo armênio, celebrando o 1.700º aniversário do cristianismo no país. Francis também realizou uma tripla de three-day em 2016.
Em sua primeira visita a Roma, em novembro de 2000, Karekin II foi recebido por João Paulo II, que lhe presenteou relicários de São Gregório Iluminador, considerado o evangelizador que converteu o rei da Armênia ao cristianismo no século IV.
Conexões históricas e atuais
Os armênios mantêm vínculos culturais e religiosos fortemente ligados à Igreja, especialmente por causa do genocídio de 1915, reconhecido como o primeiro genocídio do século XX por diversos líderes globais, incluindo o Papa Francisco em 2015. Estima-se que até 1,5 milhão de armênios foram mortos pelos Ottomans, um evento que ainda marca a identidade do povo armênio.
Apesar das diferenças com a Igreja Católica Romana, as relações entre as tradições têm se aprofundado, com a assinatura de declarações e encontros ecumênicos ao longo das últimas décadas.
Próximos passos e o contexto do Vaticano
O Vaticano ainda não anunciou viagens internacionais do novo Papa, mas há expectativas de uma visita à Turquia para marcar o 1.700.º aniversário do Concílio de Nicéia, evento fundamental na história do cristianismo ecumênico. A visita do Papa à Armênia deve fortalecer ainda mais os laços com uma das primeiras nações cristãs do mundo.