Brasil, 16 de setembro de 2025
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Mulheres relatam sequelas após procedimentos com médico preso por morte de jovem

Duas mulheres compartilham suas experiências após procedimentos estéticos realizados por médico acusado de morte de paciente no RJ.

Recentemente, o caso do médico José Emílio de Brito, preso sob suspeita de ser responsável pela morte da jovem Marilha Menezes Antunes, de 28 anos, durante um procedimento estético em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, chamou a atenção da mídia. Além da tragédia que resultou no falecimento de Marilha, duas mulheres que foram pacientes de Brito falarem sobre as sequelas físicas e psicológicas que enfrentam após procedimentos realizados por ele. Glaucia Priscila Alves Barbosa, uma das vítimas, assim como outras 14 pacientes, decidiram processar o cirurgião, revelando um quadro de insatisfação e riscos ao se submeter a intervenções estéticas em uma clínica sem a devida estrutura e segurança.

As sequelas de um procedimento estético malsucedido

Glaucia, que há mais de cinco anos convive com os efeitos adversos de uma hidrolipo realizada pelo médico, relatou ao RJ2 os sérios problemas de saúde que enfrentou. “O resultado é que eu tenho uma marca horrível, que não posso usar biquíni. A área opera sempre, sai pus e inflama. Até hoje, desde a época, eles inflamam”, desabafou. A preocupação de Glaucia se intensificou quando, no dia seguinte ao seu procedimento, ela se deparou com a polícia no consultório. “Fiquei assustada, não fui ao hospital mesmo com a recomendação”, conta.

Depois de anos, Glaucia reflete sobre a falta de conhecimento técnico que a levou a escolher um lugar inadequado. “Eu não entendia daquilo, tudo era novo pra mim. O local não era um centro cirúrgico. Mas naquela época, sem saber, confiei”, afirmou, ressaltando que a clínica não possuía os equipamentos necessários para emergências.

Uma nova paciente, uma nova história

A segunda mulher entrevistada, que preferiu não se identificar, disse que a experiência com a hidrolipo realizada há dois meses na mesma clínica não foi diferente. “Eles te convencem que a errada é você”, desabafou, revelando que agora vive com dores e deformidades na barriga. “Meus pontos estão todos esgarçados, minha barriga está completamente torta, cheia de fibrose. É um sonho que se tornou um pesadelo”, completou.

Ambas as mulheres denunciam a falta de ética e responsabilidade no tratamento estético e a pressão emocional que sofreram ao confiar suas vidas a um profissional considerado não qualificado. Os relatos seguem um padrão alarmante de pacientes que passaram por situações similares, levantando a bandeira da segurança em procedimentos estéticos no Brasil.

Médico sob investigação e consequências legais

O médico José Emílio de Brito, preso em sua residência na Tijuca, está respondendo criminalmente pela morte de Marilha, que, segundo laudo do Instituto Médico Legal, sofria de uma perfuração no rim e hemorragia interna após o procedimento. Além disso, a clínica onde as intervenções eram feitas foi interditada pela polícia, que encontrou medicamentos vencidos no local. O caso mobilizou não só as vítimas, mas também a população em geral, que se sente ameaçada diante de práticas irresponsáveis em cirurgias estéticas e de saúde.

A investigação do caso também abrange a atuação do Samu, que atendeu a jovem no momento crítico, e outros ex-pacientes que se manifestaram contra o médico. A irmã de Marilha foi a público para pedir justiça, clamando pela punição do médico. “Estamos clamando para que ele perca esse CRM e não faça mais vítimas,” enfatizou.

Reflexão sobre procedimentos estéticos

Os relatos de Glaucia e da segunda mulher trazem à tona a necessidade de uma maior regulamentação e fiscalização nas clínicas de estética no país. Muitas mulheres buscam procedimentos estéticos em busca de autoestima, mas é imprescindível que tenham acesso a um ambiente seguro e profissionais qualificados. O caso de José Emílio de Brito é um alerta sobre os perigos que podem surgir do desejo de transformação corporal sem resguardar a saúde.

É fundamental que pacientes busquem informações e verifiquem a qualificação dos profissionais antes de se submeter a qualquer procedimento. O mercado de estética ainda carece de uma abordagem mais responsável e ética, que leve em consideração a saúde e o bem-estar dos indivíduos. A luta por justiça e segurança não deve cessar.

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