Brasil, 16 de setembro de 2025
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Mercosul assina acordo com EFTA para ampliar exportações e reduzir tarifas

Após oito anos de negociações, o Mercosul e a EFTA assinam acordo que liberaliza 97% das trocas comerciais entre os blocos

Nesta terça-feira, em uma reunião informal no Rio de Janeiro, o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) assinaram um acordo que deve facilitar a relação comercial, eliminando tarifas sobre 97% dos produtos negociados. A assinatura acontece após oito anos de negociações iniciadas em junho de 2017, representando um avanço para o comércio bilateral.

Mais acesso ao mercado da EFTA e oportunidades para o Brasil

O acordo prevê a eliminação total de tarifas de importação dos setores industrial e pesqueiro da EFTA ao entra em vigor, abrangendo cerca de 99% do valor das exportações brasileiras. Segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, esse tratado aumenta as possibilidades do Brasil acessar um mercado de 15 milhões de consumidores dos países de alta renda da EFTA, com um PIB conjunto de US$ 1,4 trilhão.

Para especialistas, o acordo pode estimular futuras negociações do Mercosul com a União Europeia, que deve ser assinada em dezembro, fortalecendo a estratégia de diversificação de mercados e ampliando a rede de acordos comerciais do bloco. Os representantes do governo brasileiros avaliam que a assinatura é um passo importante, especialmente diante do aumento de tarifas dos EUA sobre produtos importados, que impactam setores como carnes e máquinas.

Menos barreiras, mais importados

O tratado também representa uma oportunidade de reduzir tarifas sobre produtos importados de alta qualidade, como chocolates suíços e medicamentos da Suíça, além do bacalhau norueguês. Michel Platini, presidente da Associação Brasileira dos Importadores (Abimp), comenta que a redução de tarifas e a simplificação de procedimentos aduaneiros irão aumentar a segurança jurídica e a competitividade das empresas brasileiras.

A expectativa, segundo a diretora executiva da Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil), Gabriella Dorlhiac, é que o pacto seja um avanço estratégico para maior integração nas cadeias globais de valor, especialmente neste momento de cenário incerto no comércio internacional.

Oportunidades para setores variados

Para setores como carnes, calçados, máquinas e móveis, o acordo representa oportunidades de ampliar as exportações. Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), destaca que, apesar do volume de exportação de carne bovina para a EFTA ainda ser pequeno, há potencial de crescimento ao longo do tempo.

Cândida Cervieri, diretora-executiva da Abimóvel, reforça que o acordo pode impulsionar a indústria de móveis, que valoriza design, qualidade e sustentabilidade, atributos em que o Brasil já vem se destacando. Ela enfatiza que a redução de tarifas pode diminuir custos e ampliar a competitividade do móvel brasileiro nos países do bloco.

Perspectivas de avanço e próximos passos

O tratado inclui capítulos sobre comércio de bens e serviços, investimentos, propriedade intelectual, regras de origem, defesa comercial, entre outros, reforçando o caráter abrangente do acordo. A diretora da ICC Brasil avalia que a assinatura envia uma mensagem forte de maior integração nas cadeias produtivas globais e reforça a sinalização de avanços recentes do Mercosul em acordos internacionais.

Embora o acordo seja um avanço, ele ainda depende de aprovação nos parlamentos dos países envolvidos, o que pode levar um prazo indefinido. A expectativa é que a implementação oficial ocorra após a ratificação de todos os membros do bloco.

Para mais detalhes, acesse o fonte original.

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