As indústrias brasileiras do setor madeireiro já demitiram aproximadamente 4 mil trabalhadores em decorrência do tarifaço de 50% imposto pelo governo dos Estados Unidos às exportações do Brasil. Além das demissões, as empresas informaram o aproveitamento de 5,5 mil trabalhadores em férias coletivas e 1,1 mil em layoff, com contratos suspensos temporariamente.
Impacto da tarifa nas empresas brasileiras de madeira
A análise é de uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), conduzida junto às empresas associadas entre 9 de julho, data em que a medida foi anunciada, e a última segunda-feira. Segundo a entidade, se a situação tarifária persistir, outros 4,5 mil postos de trabalho devem ser encerrados nos próximos dois meses.
Regiões mais afetadas e geração de empregos
As regiões mais afetadas estão no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estados que juntos representam a geração de 180 mil empregos diretos no setor. Os Estados Unidos são o principal mercado de destino para a produção brasileira de madeira, respondendo por aproximadamente metade das exportações, somando US$ 1,6 bilhão em produtos no ano passado. Em alguns segmentos, a dependência chega a 100% das vendas ao mercado norte-americano.
Consequências das tarifas na exportação e no mercado
Desde o anúncio das tarifas, os impactos já têm sido sentidos pelas empresas, com cancelamentos de embarques e contratos a partir de julho. Segundo a Abimci, a imprevisibilidade gerada pela medida tarifária reduziu significativamente a contratação de novos pedidos. Em nota, a entidade afirmou que “houve redução, também, no fechamento de novos contratos devido à imprevisibilidade tarifária gerada após o anúncio da taxação”. As exportações de agosto apontaram quedas de 35% a 50% no volume de produtos embarcados para os EUA em comparação a julho.
Perspectivas futuras e desafios do setor
A expectativa do setor madeireiro é de agravamento da crise caso as tarifas permaneçam, levando ao encerramento de mais empregos e à retração da atividade econômica na região. Especialistas alertam para o impacto na cadeia produtiva e nas comunidades locais, que dependem do setor para sua sustentabilidade financeira. A questão ressalta a necessidade de estratégias que possam minimizar os efeitos das tarifas e buscar novos mercados para as exportações brasileiras.
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