O Ibovespa encerrou a terça-feira, véspera de uma decisão do Federal Reserve sobre juros, em mais um recorde de fechamento, chegando a 144.062 pontos, alta de 0,36%. O índice vem renovando máximas desde o dia 29 de agosto, sendo a quinta vez em 14 pregões que alcança novo pico.
Fatores globais e locais impulsionam as máximas do Ibovespa
Analistas ressaltam que o corte de juros nos Estados Unidos, esperado para esta semana, tem peso na valorização. Além disso, fatores internos contribuem para o momento favorável da Bolsa brasileira. Luciano Telo, chefe de investimentos do UBS WM no Brasil, explica que o mercado espelha a expectativa de crescimento menor nos EUA e avanço maior no Brasil e em outros países emergentes.
“Muito do crescimento da Bolsa vem dos investidores estrangeiros buscando mercados considerados mais baratos, como o Brasil”, afirma Telo. Segundo ele, o mercado também percebe uma relação de que o valor das ações brasileiras costuma estar descontado pelo retorno potencial em lucros, o que aumenta sua atratividade.
Perspectiva de menores juros e impacto cambial favorecem a Bolsa
Ele destaca que o patamar atual do juro contribui para a valorização do real e, consequentemente, para o avanço da Bolsa, algo que não acontecia há três anos. Além disso, a desvalorização do dólar e o aumento do interesse de investidores após o julgamento de Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão, também influenciam positivamente o mercado.
Eduardo Grübler, gestor multimercados da Warren Investimentos, explica que a chance de candidatos mais alinhados às demandas fiscais do país atrairem o setor também reforça o interesse estrangeiro. “Quando um lado se enfraquece, o outro também perde força, abrindo espaço para novas alternativas”, afirma.
Confiança e apostas para o futuro do mercado
Uma pesquisa do Bank Of America com gestores de fundos na América Latina mostrou que o apetite ao risco atingiu o maior nível desde 2021, em aproximadamente 35%. A maioria dos gestores acredita que o Ibovespa pode alcançar até 160 mil pontos até o fim do ano, com previsão de dólar na faixa de R$ 5,11 a R$ 5,40. A expectativa de corte na taxa de juros brasileira também aumentou ligeiramente, com um possível movimento em dezembro, segundo a pesquisa.
O levantamento aponta que o chamado “trade eleitoral”, de apostas por posições antes das eleições, deve começar no primeiro semestre do próximo ano, indicando um movimento estratégico de investidores diante do cenário político brasileiro.
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