O Brasil acordou em choque na terça-feira (16) ao tomar conhecimento do assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, de 64 anos, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. O crime brutal ocorreu na segunda-feira, quando o veículo da vítima foi atacado por um grupo armado que disparou aproximadamente 21 tiros com fuzis de calibres proibidos, deixando marcas preocupantes na segurança pública do país.
Detalhes do ataque
Ruy Ferraz Fontes estava em seu carro quando foi surpreendido por seis homens armados. O ataque foi tão violento que o automóvel ficou com cerca de 29 perfurações de fuzis, indicando a gravidade do ataque e a intenção dos bandidos de eliminar a vítima. Segundo Bruno Langeani, consultor do Instituto Sou da Paz, o uso de armamentos de alto poder, como fuzis 7.62 e 5.56, sugere um planejamento cuidadoso por parte dos criminosos, que não se preocuparam com possíveis barreiras de proteção.
Após o ataque, Ruy morreu no local, e seu corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para uma análise mais detalhada. As câmeras de segurança da região registraram o crime e a fuga dos assassinos, fornecendo pistas valiosas para a investigação.
Histórico profissional e ameaças
Ruy Ferraz Fontes tinha uma longa carreira na Polícia Civil de São Paulo, onde atuou como delegado-geral entre 2019 e 2022. Nos últimos tempos, ele ocupava o cargo de secretário da Administração na Prefeitura de Praia Grande. Durante sua trajetória, Ruy se destacou pelo combate ao crime organizado e enfrentou ameaças de morte, especialmente ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC), crime organizado que ele desafiou ativamente.
As autoridades estão investigando a hipótese de que o assassinato de Ruy esteja relacionado a esses conflitos com o PCC ou a possíveis desavenças ligadas à sua atuação na administração da cidade. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) já identificou dois suspeitos e solicitou a prisão deles.
Segurança pública em crise
O ataque a Ruy Ferraz Fontes coloca em evidência a crescente crise de segurança pública no Brasil. O PCC, que controla diversos aspectos do tráfico de drogas e armas em território nacional, é um dos maiores desafios enfrentados pelas forças de segurança. Desde sua fundação em 1993, a facção se expandiu consideravelmente, e a impunidade, associada a casos como o de Ruy, levanta questões sobre como o Estado pode proteger seus agentes e cidadãos.
Ruy não era um desconhecido em situações de risco. Nos últimos anos, ele passou por diversas tentativas de assassinato, escapando por pouco em várias ocasiões. Sua resistência frente ao crime organisé mostra não apenas coragem, mas a fragilidade da segurança que deveriam ser garantidas a todos os cidadãos. Entre os episódios mais marcantes, destaca-se uma tentativa de assalto em que Ruy conseguiu se defender e feriu um dos assaltantes.
Reflexões e futuras investigações
O assassinato de Ruy Ferraz Fontes provoca reflexões sobre a segurança pública no Brasil e a necessidade urgente de estratégias eficazes para lidar com o crime organizado. O caso, além de ser uma tragédia pessoal, é um alerta sobre os desafios que o país enfrenta. A sociedade civil e as autoridades precisam encontrar um caminho para melhorar a segurança, não só para os profissionais de segurança pública, mas para todos os cidadãos.
A população de Praia Grande e o Brasil como um todo esperam que as investigações avancem rapidamente, trazendo à tona não só os responsáveis pelo crime, mas também soluções concretas para evitar que tragédias semelhantes possam ocorrer no futuro.
O luto pela perda de um ex-delegado que dedicou sua vida à luta contra a criminalidade deve ser acompanhado de ações firmes contra a impunidade, um passo crucial para que a dor da perda não se torne apenas mais uma estatística nas páginas da história brasileira.
A internet também tem estado repleta de reações e homenagens a Ruy Ferraz Fontes, refletindo a admiração que muitas pessoas têm por sua trajetória. É essencial que não deixemos que o medo قomo a segurança recaia sobre a inocência de nossas comunidades.
