Brasil, 16 de setembro de 2025
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Ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes é assassinado em Praia Grande

O crime, que choca São Paulo, pode estar ligado a vinganças do PCC e a atuação de Ruy na Prefeitura.

Nesta segunda-feira (15), o ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi brutalmente assassinado a tiros em Praia Grande, no litoral paulista. O episódio levanta questões sobre a segurança pública e o avanço do crime organizado no estado.

Contexto e investigação do assassinato

De acordo com informações da polícia, os dois veículos utilizados pelos criminosos durante a execução de Ruy foram roubados na cidade de São Paulo, o que sugere um planejamento detalhado do ataque. As investigações giram em torno de duas hipóteses principais: uma possível vingança em razão da atuação histórica de Ruy Ferraz Fontes contra os chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e uma reação de criminosos descontentes com seu trabalho na Secretaria de Administração da Prefeitura de Praia Grande.

Ruy tinha 68 anos e foi uma figura proeminente na luta contra o PCC, tendo sido um dos responsáveis pela prisão do líder da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola. Sua morte representa um grande golpe na luta contra a criminalidade organizada, conforme destacado por diversas autoridades que o conheciam.

Reação das autoridades e mobilização policial

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, expressou sua consternação e mobilizou uma força-tarefa para investigar o crime. “Estou estarrecido. É muita ousadia. Uma ação muito planejada, por tudo que me foi relatado. O delegado Ruy percebeu que estava sendo atacado, tentou escapar da emboscada, mas foi covardemente assassinado”, afirmou o governador, que determinou a participação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) nas investigações.

A coordenação do trabalho investigativo será realizada por equipes que possuem contatos mútuos dentro do crime organizado, o que pode ajudar a elucidar a execução de Ruy Ferraz Fontes. As primeiras apurações indicam que os criminosos dispararam mais de 20 vezes contra o delegado, conforme verificado por câmeras de segurança que registraram o momento da emboscada.

Histórico de Ruy Ferraz Fontes

Ruy Ferraz Fontes atuou na Polícia Civil por mais de 40 anos e foi uma personalidade reconhecida pelo seu trabalho em operações contra o tráfico de drogas e facções criminosas. Sua carreira inclui passagens por diversos departamentos, como o DHPP e o Denarc, onde enfrentou o PCC em inúmeras ocasiões.

Ele foi comandante da Polícia Civil paulista entre 2019 e 2022, sendo indicado pelo ex-governador João Doria. Com uma trajetória marcada pela dedicação e coragem, Ruy foi uma das peças-chave na prisão de Marcola e figuras centrais do crime organizado.

Implicações e reflexões sobre a segurança pública

A execução de Ruy Ferraz Fontes destaca a fragilidade da segurança pública em São Paulo e o poderio do crime organizado no estado. Rafael Alcadipani, professor da Faculdade Getulio Vargas e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, enfatizou a gravidade da situação: “Ser executado dessa maneira mostra a falta de controle que o crime organizado tem dentro do Brasil, dentro do estado de São Paulo. É uma ação extremamente ousada”.

A questão agora é se o governo do estado conseguirá responder a essa provocação e fortalecer as ações contra a criminalidade. O legado de Ruy Ferraz Fontes deve servir como um chamado à ação para reforçar a segurança pública e evitar que outros profissionais da segurança passem pela mesma situação. Para aqueles que o conheceram, sua morte representa não apenas uma perda pessoal, mas um golpe duro na luta contra a criminalidade.

O assassinato de Ruy Ferraz Fontes traz à tona a necessidade urgente de uma resposta eficaz por parte das autoridades, não apenas na elucidação do crime, mas também em um esforço para garantir a segurança de todos os cidadãos paulistas e a integridade dos que lutam contra o crime organizado.

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