Brasil, 16 de setembro de 2025
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Ex-delegado-geral da polícia de SP é assassinado em Praia Grande

Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil de SP, foi assassinado após não solicitar proteção formal ao estado.

Ruy Ferraz Fontes, que ocupou o cargo de delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, foi brutalmente executado na noite da última segunda-feira (15) em Praia Grande, litoral paulista. O crime levantou questões sobre a segurança de autoridades envolvidas no combate ao crime organizado, uma vez que Fontes não havia solicitado formalmente proteção do estado, conforme informado pela assessoria do governo de Tarcísio de Freitas.

A trajetória de Ruy Ferraz Fontes

Fontes teve um papel fundamental no combate ao Primeiro Comando da Capital (PCC), sendo responsável pelo indiciamento de muitos líderes da facção criminosa. Desde 2019, ele era considerado jurado de morte pelo PCC, segundo o Ministério Público paulista, em virtude de sua atuação incansável na luta contra a criminalidade. O ex-delegado foi responsável por inquéritos que culminaram nas condenações de Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, que é considerado a principal liderança do PCC.

Nos últimos 15 anos, Fontes enfrentou várias tentativas de emboscada e atentados atribuídos à facção criminosa, mas sua determinação em combater o crime não diminuiu. Em 2023, ele assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, onde se dedicou a melhorar a segurança pública local.

O crime e as circunstâncias

O assassinato ocorreu por volta das 18h, logo após Fontes deixar o trabalho. De acordo com relatos, ele foi perseguido por seus executores e, na tentativa de fugir, acabou colidindo seu carro com um ônibus e capotou. neste momento, os criminosos conseguiram cercá-lo e dispararam vários tiros contra ele.

Ruy Ferraz Fontes tinha expresso sua preocupação com a falta de proteção e suporte para sua segurança em uma entrevista que estava sendo gravada para um podcast do GLOBO e da CBN. Ele afirmou: “Eu moro sozinho, eu vivo sozinho na Praia Grande, que é no meio deles. Pra mim é muito difícil. Se eu fosse um policial da ativa, eu estava pouco me importando, teria estrutura para me defender, hoje não tenho estrutura nenhuma.” Essas declarações destacam a vulnerabilidade dos profissionais que se dedicam à luta contra o crime em um contexto tão violento.

Investigações e reações

Durante o velório de Fontes, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, confirmou que um dos suspeitos do assassinato havia sido identificado e que um mandado de prisão foi expedido contra ele. O suspeito, que está foragido, já conta com condenações anteriores por tráfico de drogas. No entanto, Derrite evitou ligar o crime diretamente ao PCC.

Conforme informações divulgadas pela jornalista Andréia Sadi do G1, o governo Tarcísio está analisando a possibilidade de tornar automática a proteção para autoridades que atuam no combate a facções criminosas, especialmente em resposta ao brutal assassinato de Fontes.

O legado e o impacto no combate ao crime

A morte de Ruy Ferraz Fontes levanta um importante debate sobre a segurança pública e a proteção de servidores que lutam contra a criminalidade no Brasil. Ele foi um exemplo de coragem e integridade, enfrentando ameaças constantes por sua dedicação ao trabalho policial. A execução de Fontes não é um caso isolado, e traz à tona a necessidade urgente de melhorias nas políticas de segurança para garantir a proteção de quem arrisca a vida para manter a ordem e a justiça.

O legado de Fontes deve servir de incentivo para que o estado tome medidas mais eficazes de proteção a seus servidores, especialmente àqueles que estão na linha de frente do combate ao crime organizado. O seu assassinato não pode ser visto apenas como uma tragédia pessoal, mas um alerta sobre a realidade enfrentada por muitos profissionais que dedicam suas vidas a essa causa.

As investigações continuam em andamento e espera-se que as autoridades façam valer a justiça, não permitindo que esse ato de violência fique impune.

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