Na manhã de segunda-feira (15), a cidade de Floriano, no Sul do Piauí, foi palco de um crime brutal que deixou a comunidade em estado de choque. Arlindo Rodrigues Filho, de 30 anos, teve sua prisão preventiva decretada na terça-feira (16) pela Polícia Civil. Ele é o principal suspeito do assassinato de Maria Luciana Dias de Lima, funcionária da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), durante uma busca desesperada por sua ex-companheira, que também atua na instituição.
Detalhes do crime
De acordo com a delegada Amanda Estêvam, titular da Delegacia de Floriano, Arlindo foi preso em flagrante após fugir da sede da Apae. Ele chegou ao local por volta das 7h30, questionando sobre a presença de sua ex-companheira. Ao ser informado de que a mulher não estava, ele atacou Maria Luciana, atingindo-a com uma faca na região do tórax.
A funcionária, apesar de ter conseguido se refugiar dentro do prédio, não resistiu aos ferimentos e morreu antes mesmo da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O crime deixou amigos e colegas de trabalho em estado de luto, refletindo a violência que ainda permeia a sociedade.
A ex-companheira e o temor por sua vida
Em entrevista à TV Clube, a ex-companheira de Arlindo, que optou por não ser identificada, relatou que já havia solicitado uma medida protetiva contra ele. A mulher confirmou que, uma semana antes do ataque, Arlindo havia tentado atropelá-la em uma situação de agressão. Ela revelou que estava separada dele há alguns meses, mas que nos últimos dias ele havia se tornado ameaçador.
“Ele disse: ‘deu parte de mim, peguei a medida protetiva e olha onde eu tô. Ninguém me prende’, hoje de manhã”, relatou a ex-companheira, deixando claro o temor que sentia. Ela também comentou que durante os anos de relacionamento, Arlindo nunca havia apresentado comportamentos agressivos.
Repercussão e medidas de proteção
A tragédia em Floriano levantou questões sobre a necessidade de se intensificar as políticas públicas de proteção às mulheres. A violência doméstica continua a ser um grave problema no Brasil, e relatos como o da ex-companheira de Arlindo são mais comuns do que se imagina. A cada dia, diversas mulheres enfrentam situações de abuso e ameaças, muitas vezes sem a devida proteção.
O caso tem chamado a atenção das autoridades e da sociedade civil, que clamam por medidas mais eficazes no combate a esse tipo de violência. Organizações que defendem os direitos das mulheres têm pedido para que ações de conscientização e educação sejam priorizadas, visando não apenas a proteção, mas também a prevenção de futuras tragédias.
O papel da comunidade
Enquanto a polícia investiga o caso e os procedimentos legais são tomados, a comunidade de Floriano se une em memória de Maria Luciana Dias de Lima. Vigílias e manifestações de solidariedade revelam o desejo de mudança e a necessidade de um diálogo contínuo sobre a violência contra a mulher. É fundamental que cada pessoa não se cale diante de situações suspeitas, pois combater a violência é um esforço coletivo.
O assassinato da funcionária da APAE não pode ser apenas mais um caso isolado, mas sim um chamado à ação por parte de todos. A sociedade precisa refletir sobre seu papel na prevenção e combate a esse tipo de violência, criando um ambiente mais seguro para todos.
Por enquanto, Arlindo Rodrigues Filho se encontra sob a custódia da Penitenciária Gonçalo de Castro Lima, em Floriano, aguardando as próximas etapas do processo judicial.
Enquanto isso, Maria Luciana será lembrada por aqueles que a conheceram e amaram, e sua tragédia servirá como um alerta para a importância de se proteger aqueles que estão em situações de vulnerabilidade.