A música como instrumento de mudança e esperança; é assim que a Orquestra Criança Cidadã, situada no Recife/PE, enxerga sua missão. Com a realização dos Concertos pela Paz, o projeto resgata e transforma a vida de crianças e adolescentes em condições de vulnerabilidade. Neste contexto, a orquestra promove uma turnê internacional que une músicos de diferentes partes do mundo com o objetivo de reforçar a importância da paz em tempos de conflitos.
O impacto social da música no Brasil
“Nesse cenário, a Orquestra Criança Cidadã e o projeto Concertos pela Paz se afirmam como um contraponto, um gesto simbólico e concreto de resistência ao ódio”, destaca João Targino, coordenador-geral da orquestra. Atualmente, o projeto atende 400 jovens entre 6 e 21 anos, oferecendo aulas de diversos instrumentos, além de solfejo, flauta doce e canto coral, tudo de forma gratuita.
A orquestra se tornou uma referência no Brasil, atuando nas comunidades carentes do Recife, que lidam com desafios sociais profundos. Através da música, os jovens não apenas desenvolvem competências técnicas, mas também valores como disciplina, respeito e solidariedade. Essa experiência é fundamental para moldar suas identidades e ampliar horizontes que antes pareciam distantes.
Uma mensagem global para a paz
A turnê internacional da Orquestra Criança Cidadã ocorre em várias localidades, passando por países afetados por conflitos e tensões históricas. Músicos do Brasil, Rússia, Ucrânia, Irã, Palestina, Israel, Coreia do Sul e Coreia do Norte se unem para um chamado coletivo pela paz. O ponto culminante será um concerto na Praça de São Pedro, no Vaticano, no dia 8 de outubro, onde esses jovens músicos terão a oportunidade de se apresentar diante do Papa Leão XIV.
A militância pela paz é reforçada por palavras do Papa Francisco, que frequentemente repete: “Nunca mais a guerra!”. Este apelo ressoa na turnê, que é um convite à união e à reflexão sobre as consequências da guerra nas vidas das pessoas.
Desafios e conquistas na jornada musical
Durante a turnê, o foco é não apenas na apresentação musical, mas também na troca cultural e no fortalecimento de laços entre os participantes. “A música, enquanto linguagem universal, tem a capacidade singular de transpor fronteiras políticas, culturais e ideológicas”, afirma Targino. Essa abordagem humaniza as relações entre jovens de diferentes contextos, mostrando que, apesar das adversidades, a arte pode atuar como um elo de compreensão e empatia.
Histórias de superação
Ana Clara de Souza, uma das integrantes com apenas 17 anos, é um exemplo do impacto que o projeto pode ter na vida de um jovem. Ela perdeu o pai aos 9 anos, mas encontrou na música uma nova perspectiva de vida. “O projeto mudou completamente a minha vida. Encontrei um espaço de acolhimento e possibilidades”, descreve ela, emocionada. Hoje, Ana Clara se apresenta ao lado de músicos que compartilham de experiências diversas e dolorosas, reforçando a ideia de que a música é um meio de cura.
A turnê e o futuro da Orquestra
A turnê ocorrerá de 26 de setembro a 9 de outubro, passando por lugares icônicos como Seul, Hiroshima e Osaka, antes de chegar ao Vaticano. Essa não é a primeira vez que a Orquestra Criança Cidadã se apresenta em outros países, tendo realizado shows em locais como Alemanha, Portugal e Estados Unidos, sempre reconhecida pela sua qualidade artística e por sua contribuição social.
Com o aprendizado musical, os jovens participantes da orquestra não apenas se educam, mas também se tornam embaixadores de um futuro mais pacífico. A música, que é um reflexo da realidade, se transforma em um instrumento poderoso de transformação social, provando que pode impactar a vida de muitos ao redor do mundo.
Os Concertos pela Paz são, portanto, uma verdadeira ode à esperança, mostrando que, mesmo em meio às dificuldades, a arte pode não apenas proporcionar momentos de beleza, mas também inspirar ações de paz e solidariedade.