A Casas Bahia anunciou a entrada no setor de consórcios, com o objetivo de ampliar suas opções de crédito diante de um cenário macroeconômico complexo. A iniciativa faz parte de um processo de reestruturação financeira e troca de controle na companhia, que busca recuperar sua atuação no mercado de varejo.
Nova estratégia de crédito e retomada da competitividade
O lançamento do produto de consórcios ocorre em um momento de dificuldades para as vendas no varejo, que enfrentam o terceiro mês consecutivo de queda, segundo dados recentes. A nova oferta dispõe de cartas de crédito que variam de R$ 6 mil a R$ 500 mil, permitindo aos clientes compra de imóveis, veículos, viagens e serviços, além de aquisições nas lojas da rede.
Facilidade de acesso e funcionamento
Segundo a varejista, o consórcio dispensa análise de crédito ou comprovação de histórico financeiro, tornando-se uma alternativa acessível em meio ao aumento dos juros e às restrições de crédito. O produto funciona de forma semelhante aos demais do mercado, com sorteios mensais e possibilidade de lances para antecipar a carta de crédito.
Contexto do mercado de consórcios no Brasil
O setor de consórcios vive um momento de expansão, especialmente por brasileiros que buscam alternativas ao crédito tradicional mais caro. Em julho, o número de consorciados ativos atingiu 12,04 milhões, crescimento de 12,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados da Associação Brasileira de Administradores de Consórcios (Abac). Veículos, motos e imóveis lideram a procura.
Estratégia de diversificação e futuro da companhia
Vital Leite, CEO do banQi — a conta digital vinculada às Casas Bahia — afirmou que o lançamento do consórcio visa ampliar a oferta de soluções financeiras e consolidar a atuação do grupo como um centro de serviços integrados ao varejo. A iniciativa também reforça o posicionamento da empresa em um momento de profundas mudanças na sua estrutura de controle.
Reestruturação e desafios financeiros
Desde 2023, a Casas Bahia enfrenta um processo intenso de reestruturação após prejuízos consecutivos e uma dívida elevada, que chegou a cerca de R$ 4 bilhões antes da conversão de debêntures em ações pela gestora Mapa Capital, que se tornou maior acionista da rede. A mudança no controle iniciou uma nova fase na estratégia de recuperação financeira.
O atual controlador mantém o CEO Renato Franklin na liderança, enquanto a companhia busca reequilibrar suas finanças. No segundo trimestre, o prejuízo foi de R$ 555 milhões, enquanto o lucro de um ano antes foi de R$ 37 milhões, refletindo os efeitos da alta dos juros, que elevaram os custos financeiros da empresa para R$ 1,1 bilhão no período, devido à dívida atrelada ao CDI.
Perspectivas e desafios futuros
Apesar dos resultados desfavoráveis, analistas destacam avanços operacionais, como aumento na receita mesmo diante de um cenário macroeconômico adverso. No entanto, a alta da taxa básica de juros e o cenário de consumo fragilizado continuam dificultando a retomada das vendas de bens duráveis, como eletrodomésticos e eletrônicos.
Com a redução da participação da família Klein na empresa — que teve sua fatia diluída de 22% para cerca de 4% — a companhia busca consolidar sua reestruturação e fortalecer sua atuação no segmento financeiro, ampliando sua presença no mercado de créditos e consórcios.
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