Brasil, 16 de setembro de 2025
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Bombas de dispersão: 314 mortos em 2024, 193 na Ucrânia

Em 2024, as bombas de dispersão causaram 314 mortes no mundo, com 193 apenas na Ucrânia, segundo relatório divulgado na ONU.

No cenário devastador da guerra na Ucrânia, 2024 trouxe à tona uma alarmante realidade: o uso de bombas de dispersão resultou em 314 mortes em todo o mundo, das quais impressionantes 193 ocorreram somente neste país. Esse tipo de munição, que não distingue entre militares e civis, é responsável por um número crescente de vítimas, especialmente entre crianças. As informações foram compartilhadas pela Cluster Munition Coalition e estão prestes a ser apresentadas na sede da ONU, em Genebra, destacando a gravidade deste problema que afeta a vida civil em regiões de conflito.

Ucrânia: epicentro das vítimas de bombas de dispersão

Desde o início do conflito entre a Ucrânia e a Rússia em fevereiro de 2022, o país se consolidou como o que mais sofre com vítimas de bombas de fragmentação. O relatório anual da Cluster Munition Coalition revela que, em três anos de guerra, aproximadamente 1.200 pessoas perderam a vida devido a essas munitões perigosas. Dessas, um número devastador de 193 somente em 2024. A constatação reforça a urgência de ações globais para proibir e regular o uso dessas armas.

Utilização indiscriminada de armas em conflito

O alerta emitido pelo relatório é claro: as bombas de dispersão têm sido utilizadas por ambos os lados do conflito ucraniano. As forças russas, especificamente, podem ter utilizado armamentos produzidos na Coreia do Norte, indicando um padrão preocupante de cooperação militar que exacerba a crise humanitária. Nem a Ucrânia nem a Rússia são signatárias do tratado internacional que proíbe o uso dessas munições, o que levanta questões sobre a responsabilidade dos estados em proteger a vida civil durante as hostilidades.

Outros desastres humanitários ao redor do mundo

A utilização de bombas de dispersão não se restringe à Ucrânia; outros conflitos no mundo também têm visto o uso desse tipo de armamento. O relatório menciona possíveis ataques pelo Irã em Israel e pela Tailândia no Camboja, além dos já citados casos na Síria e Mianmar. Estes eventos não apenas demonstram a natureza indiscriminada e devastadora das munições, mas também chamam a atenção para a necessidade de um esforço internacional conjunto para eliminar suas consequências nocivas.

Status atual do tratado de proibição de bombas de dispersão

Atualmente, 111 nações fazem parte do tratado que proíbe o uso de bombas de dispersão, que entrou em vigor em 2010. Nos últimos dois anos, a Nigéria e o Sudão do Sul aderiram ao tratado, possibilitando a recuperação de mais de 100 quilômetros quadrados de território por meio da limpeza de áreas contaminadas. Contudo, a situação é preocupante: fragmentos não detonados ainda são uma ameaça constante para a população civil, especialmente as crianças, que representam 42% das vítimas registradas.

Desafios e apelos por mudança

Mark Hiznay, diretor associado de crises e armamentos da Human Rights Watch, apontou que, apesar de progressos significativos na redução do sofrimento causado por bombas de dispersão, civis ainda estão morrendo e ficando permanentemente feridos devido a essas armas. Hiznay apela para que os governos reforcem o estigma associado ao uso dessas munições autônomas e condenem veementemente sua utilização. A realidade é que a luta contra as bombas de dispersão requer uma ação coordenada e decisiva que envolva todos os países.

Portanto, a situação atual não é apenas uma questão de direitos humanos, mas também um chamado à ação global. As vidas perdidas e as feridas infligidas por essas armas nos instigam a questionar o que será necessário para que todos os países respeitem o tratado e protejam as populações inocentes em tempos de conflito.

Em um momento em que a paz e a segurança globais estão em risco, é imperativo que o mundo se una para erradicar essas armas indiscriminadas e proteger as vidas de civis, especialmente os mais vulneráveis, como crianças.

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