No último dia 21 de julho, Teresina vivenciou a triste realidade da violência urbana quando Francisco Kennedy da Silva Rosa, um adolescente de apenas 15 anos, foi cruelmente assassinado por integrantes de uma facção criminosa. O crime ocorreu no bairro Parque Universitário, Zona Leste da capital piauiense, em um fatídico momento que deveria ser de celebração: Francisco havia descoberto recentemente que seria pai e planejava compartilhar a notícia com seus familiares no dia de seu 16º aniversário.
A motivação do crime
De acordo com o delegado Divanilson Sena, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a morte de Francisco foi parte de um ataque retaliatório. “Foram atrás de qualquer pessoa do bairro”, afirmou o delegado, ao explicar que ele foi alvo de uma confusão com bandos rivais. A abordagem violenta ocorreu depois que um membro de uma facção rival foi assassinado, e os criminosos enlouquecidos buscaram qualquer um que pudesse estar associado à facção adversária, independentemente de envolvimento real.
Francisco, que não tinha vínculos com atividades ilícitas, foi abordado por quatro homens armados em duas motocicletas. Testemunhas relataram que os indivíduos gritaram para que os moradores se escondessem em suas casas e, em seguida, dispararam mais de 15 tiros contra o adolescente, a maioria deles na região da cabeça, resultando em sua morte imediata.
A vida do jovem antes da tragédia
O estudante do Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Gervásio Costa, localizado no bairro Piçarreira, passava por um momento especial em sua vida ao se preparar para se tornar pai. A mãe, Keytiane de Maria da Silva, de 38 anos, afirmou que seu filho era um jovem esforçado, dedicado aos estudos e que não se envolvia com nenhuma facção criminosa. Ela lembra que Francisco sempre passava seu tempo livre ajudando a família e participando de atividades normais da vida adolescente, como os passeios e o trabalho em feiras.
“Nós temos provas que o nosso filho não fazia nada e vivia para estudar”, comentou Keytiane, com lágrimas nos olhos. “Ele sempre tinha tempo para nós e agora nos resta cobrar justiça. Uma coisa é certa, assim como criamos ele, iremos criar nosso neto”.
O desejo de justiça
O pai de Francisco, Marcos da Rocha Rosa, de 40 anos, também expressou sua dor e indignação. Ele reafirmou que o filho não estava envolvido no crime, ressaltando que, embora morassem em um bairro onde algumas pessoas tinham relações com facções, Francisco não fazia parte desse mundo. “Falaram que eles iriam matar qualquer pessoa de lá, mas não sabemos de nada”, disse ele. A família agora busca apoio das autoridades e clama por justiça em meio à dor de perder um filho de forma tão trágica e injusta.
Repercussão na comunidade
A morte de Francisco tem gerado desconforto e revolta na comunidade local. Muitos se solidarizam com a dor da família e manifestam preocupação com a crescente violência nas ruas. Moradores relatam que a presença de facções e a insegurança nas comunidades se tornaram uma realidade alarmante e que, sem medidas efetivas de combate à criminalidade, tragédias como essa podem se repetir. As autoridades locais têm sido chamadas a agir com urgência para proteger a população e responsabilizar os culpados.
Conclusão
Esse caso ilustra não apenas a brutalidade da violência urbana, mas também as falhas na proteção dos jovens que, como Francisco, têm suas vidas interrompidas por conflitos que não deveriam envolvê-los. Em um momento onde a notícia da paternidade deveria trazer alegria, a dor da perda e a luta por justiça se tornaram as únicas certezas para a família Rosa.
A reportagem continua acompanhando as investigações e espera-se que os responsáveis pelo crime sejam encontrados e levados à justiça.