Brasil, 15 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Tragédia no aterro: menino de 12 anos morre atropelado por trator

David Kauan Silva da Costa foi vítima de um acidente trágico enquanto dormia em aterro sanitário de Teresina, gerando repercussão e medidas de segurança.

No dia 22 de junho, um caso trágico abalou a comunidade de Teresina, Piauí. David Kauan Silva da Costa, um menino de apenas 12 anos, foi atropelado por um trator enquanto dormia no aterro sanitário da cidade. O incidente levou a Polícia Civil do Piauí a indiciar o tratorista de 29 anos por homicídio culposo, conforme relatará a seguir.

A fatalidade e as circunstâncias do acidente

O delegado Thiago Damasceno, responsável pela investigação, relatou que os catadores de materiais recicláveis costumam dormir no aterro durante as pausas entre as atividades noturnas. Isso ocorre entre as 23h e 0h, momento em que os caminhões e tratores retornam ao trabalho. Infelizmente, David não acordou a tempo e se tornou vítima do acidente.

O inquérito policial revelou que a baixa iluminação no local e a falta de atenção do motorista contribuíram diretamente para a morte do garoto. O exame cadavérico confirmou que as lesões sofridas por David eram compatíveis com os danos causados pela esteira do trator, resultando em uma insuficiência respiratória aguda decorrente das múltiplas fraturas nas costelas.

Entenda o contexto do trabalho em aterros

O aterro sanitário, onde o acidente ocorreu, apresenta condições de trabalho precárias e insalubres. Declarações de catadores ouvidos na investigação indicaram que a falta de controle de acesso e a estrutura inadequada já causaram outros acidentes, colocando a vida dos trabalhadores em constante risco. Em um incidente anterior, um catador de 42 anos também perdeu a vida após ser atingido por uma escavadeira.

A história de David Kauan

David, conhecido por seu espírito sonhador, trabalhava no aterro com o objetivo de juntar dinheiro para comprar uma bicicleta motorizada, um desejo que nutria há tempos. Sua avó, Maria Albetiza, revelou que ele havia manifestado interesse em trabalhar no local, embora sua mãe tenha proibido essa decisão.

A mãe de David, que também é catadora de materiais, acreditava que o menino estava em casa. A avó também compartilhou que David sonhava em se tornar policial e fazer uma vida melhor para sua família. Essa situação gera um entendimento mais profundo da realidade difícil pela qual muitos catadores, incluindo a família de David, passam.

Repercussão e mudanças no aterro sanitário

A tragédia com David não passou despercebida. Em resposta ao acidente, o prefeito de Teresina, Silvio Mendes, anunciou uma desativação parcial do aterro no dia 3 de julho, apenas 11 dias após a morte do garoto. Essa decisão é uma resposta direta às pressões dos órgãos de controle e busca garantir que o município cumpra a Lei de Resíduos Sólidos.

Conforme o prefeito, somente cargas de varrição e capina continuarão a ser depositadas no local a partir de agora, eliminando o armazenamento de materiais recicláveis que atraíam catadores ao aterro. Além disso, medidas urgentes de segurança foram propostas, como reforço na vigilância armada e o cadastramento dos trabalhadores que ainda frequentam o espaço, numa tentativa de evitar novas tragédias.

O futuro e a proteção dos catadores

Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi proposto por representantes de diversos órgãos, incluindo o Ministério Público e o Tribunal de Contas, visando implementar melhorias na gestão do aterro e garantir a segurança dos catadores. O acordo destaca a importância de práticas como coleta seletiva, contratação de aterros privados e inclusão de catadores em cooperativas, medidas essenciais para proteger essa população vulnerável.

A morte de David Kauan Silva da Costa é um triste lembrete da necessidade urgente de reformas nas condições de trabalho nos aterros sanitários, onde a vida e a segurança dos catadores devem estar em primeiro lugar. A tragédia dele não deve ser em vão e deve servir como um chamado à ação para garantir um futuro mais seguro e digno para todos os trabalhadores envolvidos.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes