Brasil, 15 de setembro de 2025
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STF busca encerrar ações da trama golpista até 2025

O Supremo Tribunal Federal planeja concluir julgamentos sobre a tentativa de golpe de Estado antes das eleições de 2026.

O Supremo Tribunal Federal (STF) enfrenta um desafiador cenário nos próximos meses, com a necessidade de concluir julgamentos relacionados à tentativa de golpe de Estado que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete aliados. Após as condenações, a Corte parece vislumbrar uma mudança de foco, planejando entrar em 2026 com menos tensões visando o período eleitoral. A posse do novo presidente do tribunal, ministro Edson Fachin, é vista como um fator positivo para a diminuição dos atritos nas relações entre os poderes.

Desafios e turbulências no horizonte

Embora haja uma expectativa de redução das tensões, integrantes do STF reconhecem que momentos turbulentos ainda estão por vir. O recente caso das emendas, que implica parlamentares e já gerou trocas de farpas entre membros do Congresso e do Judiciário, será liderado pelo ministro Flávio Dino. Há uma percepção de que essas apurações ganham importância à medida que o fim do ano se aproxima, especialmente diante do avanço das investigações.

A Primeira Turma, responsável pela condenação de Bolsonaro, terá a seu cargo o julgamento do “grupo da desinformação”. Este núcleo, que está em fase de alegações finais, tem seu futuro nas mãos do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que já solicitou a condenação dos acusados de espalhar informações falsas que atacam a credibilidade do sistema eleitoral.

Expectativas com a nova presidência do STF

A transição de liderança para Edson Fachin, que tomará posse no dia 29 próximo, é tida como um divisor de águas. Ele assume na sequência de Luís Roberto Barroso, e a expectativa é que sua postura “institucional” ajude a suavizar a relação entre o Supremo e o Congresso. Fachin é conhecido por seu estilo reservado, e muitos acreditam que ele terá um papel crucial para restabelecer a normalidade e evitar conflitos desnecessários.

O futuro presidente do tribunal assume com a intenção de formular um código de conduta para os magistrados, promovendo uma postura ética de “comedimento e compostura”, que, segundo ele, são fundamentais para a legitimidade do Judiciário.

O professor de Direito Constitucional Rubens Glezer, da FGV-SP, afirma que Fachin busca uma diminuição da influência política do STF, mas que essa não será uma tarefa fácil, devido à necessidade de apoio coletivo dos demais ministros.

O que está por vir

Ainda sob a sombra de muitos desafios, o cenário político brasileiro apresenta elementos que podem agitar os ânimos. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já enfrenta a possibilidade de ser denunciado pela Polícia Federal por sua suposta coação a autoridades. Além disso, os desdobramentos sobre a prisão do ex-presidente, que pode ocorrer até o final deste ano, são um ponto de preocupação e potencial turbulência.

O ex-presidente do STF, Ayres Britto, lembra que os ataques ao Supremo são parte do processo político, mas reforça que a Corte precisa permanecer firme em sua missão de defesa da constituição e da democracia.

Novos desafios no horizonte legal

A possibilidade de sanções adicionais por parte de países como os Estados Unidos, bem como os embates em torno da anistia e de decisões judiciais, representam riscos que ainda precisam ser geridos. Assim, mesmo com a busca por um ambiente mais pacífico, o STF se prepara para lidar com novas tensões e desafios políticos.

No horizonte, a nova dinâmica da Primeira Turma também chama a atenção. Com sua posição coesa anteriormente, a integração de Luiz Fux e sua recente dissidência certamente afetaram o clima entre os ministros no julgamento da trama golpista. A previsão é que a divisão de votos, que já foi de 4 a 1, se repita nas análises dos outros núcleos.

Em suma, o STF planeja uma continuidade nas suas funções, mas consciente de que a paz em seu interior e a prevalência da ordem democrática precisarão de um esforço conciliatório e diplomático. A expectativa é que a senda do tribunal caminhe em direção a um equilíbrio, reforçando a importância da Constituição e da democracia brasileira.

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