O Brasil registrou uma safra histórica de 350,2 milhões de toneladas de grãos na temporada 2024/2025, representando um aumento expressivo na produção. Especialistas atribuem o resultado ao aumento das áreas plantadas, melhorias climáticas e, especialmente, ao crescimento dos investimentos em agricultura regenerativa, que recupera e valoriza os recursos naturais.
A expansão da agricultura regenerativa e seus impactos
De acordo com um estudo recente da multinacional Cargill, o sistema de agricultura regenerativa pode produzir até 23% mais soja em comparação ao método tradicional. Práticas como o uso de bioinsumos, plantas de cobertura e rotatividade de culturas ajudam a melhorar a fertilidade do solo, retenção de água e resistência às mudanças climáticas, fator crucial para o sucesso da safra.
“O aumento da resiliência do sistema agrícola será cada vez mais determinante nas próximas temporadas, especialmente para culturas como soja e milho”, afirmou Eduardo Bastos, diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (Abagui). Segundo ele, produtores que adotam técnicas regenerativas observam melhorias na matéria orgânica do solo, maior capacidade de reter água e nutrientes e maior adaptabilidade às condições climáticas extremas.
Iniciativas de grandes empresas e destaque do setor
Um exemplo recente é o anúncio da Nestlé, que comprometeu um investimento de R$ 6,8 bilhões até 2030 em projetos de cafeicultura regenerativa. A iniciativa visa preservar recursos naturais e promover práticas agrícolas sustentáveis na cadeia produtiva do café.
O cenário revela que o setor agrícola já entendeu que apostar na sustentabilidade é fundamental para garantir a longevidade e a rentabilidade das atividades, além de contribuir com a segurança alimentar global em meio a um cenário climático desafiador.
Perspectivas para o futuro do agronegócio
Para especialistas, a busca por sistemas mais sustentáveis não representa apenas uma tendência, mas uma necessidade estratégica do setor. Os agricultores percebem que investir em métodos regenerative aumenta a produtividade, reduz custos e contribui para a redução do impacto ambiental, garantindo a continuidade das safras e a competitividade no mercado internacional.
A combinação de avanços tecnológicos, políticas públicas de incentivo e a crescente conscientização dos produtores reforça o papel do agro sustentável como fator chave no crescimento econômico do país, consolidando o Brasil como líder no setor de alimentos e commodities.