O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que serve como prévia mensal do PIB, registrou queda de 0,5% em julho, indicando uma desaceleração da economia brasileira. A divulgação, feita nesta segunda-feira pelo Banco Central, reforça o cenário de arrefecimento no segundo semestre e pode influenciar a decisão sobre a política de juros.
Indicadores apontam para crescimento mais moderado
De acordo com o Banco Central, a desaceleração do IBC-Br ocorre na terceira queda consecutiva. Este movimento, aliado à redução da inflação, medida pelo IPCA na semana passada, sugere que o Banco Central pode considerar a possibilidade de reduzir a taxa Selic ainda neste ano, embora outros fatores indiquem cautela.
Possível redução dos juros e fatores de cautela
Luís Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, avalia que o BC pode deixar para a primeira reunião de 2026 a decisão de diminuir a Selic, buscando maior segurança, sobretudo em um cenário de saída forte de dólares, caso as medidas de compensação à isenção do IR, como a taxação de 10% sobre lucros e dividendos enviados ao exterior, avancem no Congresso.
“A política monetária sempre opera sobre gelo fino”, observa Leal, destacando a necessidade de uma postura prudente diante de possíveis impactos no mercado cambial.
Expectativas e cautela do mercado financeiro
O economista Claudio Considera, integrante do FGV Ibre, concorda que o Banco Central deve manter uma postura cautelosa. Para ele, o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) após a reunião desta quarta-feira provavelmente mostrará um cenário mais favorável, apesar das pressões contínuas do mercado de trabalho e do consumo.
Riscos de uma desaceleração excessiva
Considera destacou a preocupação com o hiato do produto, que permanece positivo há dez trimestres, e com o risco de uma desaceleração excessiva que poderia levar à recessão. “Quando o crescimento acima do potencial se prolonga, alimenta a inflação, mas é preciso cuidado para não envenenar a economia com uma política de juros demasiado restritiva”, alerta.
Perspectivas para o crescimento econômico
Apesar da desaceleração, o especialista do FGV Ibre estima que o Brasil deve crescer cerca de 2,5% neste ano, marcando a terceira alta consecutiva do PIB e a elevação da renda per capita.
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