Brasil, 15 de setembro de 2025
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Real se valoriza e dólar atinge menor cotação desde junho de 2024

Após mais um dia de valorização, o real fechou em R$ 5,32, impulsionado por maior apetite ao risco e expectativa de corte de juros nos EUA

Na segunda-feira, o real voltou a se valorizar frente ao dólar, encerrando o dia com uma cotação de R$ 5,32, a menor desde 6 de junho do ano passado. A valorização ocorreu em meio ao aumento do apetite ao risco dos investidores globais, favorecendo a aplicação em mercados emergentes, incluindo o Brasil.

Fatores que impulsionaram a valorização do real

O maior incentivo ao mercado vem da expectativa de corte na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, na próxima quarta-feira. Segundo Victor Beyruti, da Jobin Investimentos, a antecipação do Fed e as sinalizações sobre a política de juros são essenciais para entender a movimentação do mercado.

Ele destaca que o mercado busca se preparar para as possíveis mudanças na taxa americana, que podem impactar o ciclo de cortes de juros. “É a antecipação do Fed, com corte (dos juros nos EUA) contratado. A reunião será importante por conta das sinalizações que virão”, afirma Beyruti.

Internacional: diferencial de juros favorece o real

De acordo com Álvaro Frasson, economista do BTG Pactual, o diferencial de juros entre Brasil e EUA, com a Selic em 15% ao ano — a maior em quase duas décadas —, e a expectativa de redução nos EUA, tem impulsionado a entrada de investidores estrangeiros no mercado brasileiro.

“O diferencial de juros é super atraente, e o aumento do preço das commodities, como minério de ferro e soja, também contribui para a valorização do real”, explica Frasson. Segundo ele, esses fatores atuam em conjunto para fortalecer a moeda brasileira frente ao dólar.

Condições internas e cenário global

Para Adauto Lima, economista-chefe da Western Asset, a ausência de retaliações por parte dos EUA após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro ajuda a aliviar a pressão sobre o dólar. “Passado o julgamento, sem medidas, se tira um pouco da pressão”, avalia.

Ele ainda destaca que o dólar, em 2025, apresenta queda de 10% em relação à cesta de moedas do índice DXY, enquanto o dólar frente ao real perde 14% neste ano. Isso reflete um enfraquecimento geral da moeda americana no cenário internacional.

Por que o juro americano influencia a moeda brasileira

O desempenho do dólar está diretamente ligado às taxas de juros dos EUA. Quando o juro está alto, os investidores preferem aplicações nos EUA, fortalecendo o dólar, pois há maior procura pelos títulos americanos.

Com a possibilidade de queda nas taxas de juros americanas, o capital global busca alternativas de maior retorno, o que favorece ativos mais arriscados, como ações, além de operações de carry trade, que envolvem empréstimos em economias com juros baixos para investir em mercados com rendimentos maiores, como o Brasil.

Impacto no câmbio e perspectiva futura

O movimento de valorização do real também se explica pelos juros elevados no Brasil, atualmente em 15%, além da forte demanda por commodities, que elevou o preço de ativos como minério de ferro e soja nas últimas semanas.

Segundo especialistas, a expectativa de manutenção da taxa de juro no país e o cenário de cortes nos EUA devem continuar favorecendo a moeda brasileira, embora as incertezas globais possam influenciar essa tendência.

Para mais detalhes, acesse o material oficial.

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