O Papa Leo, em sua primeira entrevista desde sua eleição em maio, condenou os grandes salários recebidos pelos principais executivos, destacando a possível ascensão de Elon Musk ao status de trilionário como uma preocupação. Sua declaração reflete suas preocupações com a crescente desigualdade econômica e a luta dos trabalhadores de baixa renda ao redor do mundo.
A crítica aos CEO’s
Desde sua ascensão ao papado, Leo, que nasceu Robert Prevost em Chicago, já deixou claro seu temor pela situação financeira das classes mais vulneráveis. Ele escolheu o nome Leo em homenagem ao Papa Leão XIII, um defensor dos direitos trabalhistas e melhores salários no século XIX. Durante a entrevista, o pontífice mencionou que há 60 anos, os CEOs ganhavam de quatro a seis vezes mais do que os trabalhadores, enquanto atualmente essa diferença chega a ser de 600 vezes.
O Papa falou especificamente sobre Elon Musk, mencionando que ouviu rumores de que o CEO da Tesla poderia se tornar o primeiro trilionário do mundo. “O que isso significa e do que se trata?”, questionou. “Se isso é a única coisa que tem valor, então estamos em sérios problemas”, afirmou Leo.
O papel da ONU e os desafios globais
Na entrevista, o Papa também comentou sobre a incapacidade da Organização das Nações Unidas (ONU) em resolver crises mundiais. Ele admitiu que está aprendendo muito sobre diplomacia desde que assumiu o papado. “Sou apenas um novo no jogo da liderança mundial”, disse, referindo-se à nova dinâmica de sua posição.
Leo destacou que, embora a ONU deva ser o local para resolução de conflitos, atualmente muitas pessoas reconhecem que ela perdeu sua capacidade de unir nações em torno de assuntos multilaterais. “Precisamos voltar aos diálogos bilaterais para superar os obstáculos existentes e avançar”, disse.
Reflexões sobre o valor da vida humana
Em trechos da entrevista, o Papa expressou sua preocupação de que o mundo esteja esquecendo “o valor da vida humana, da família e da sociedade”. Ele alertou que, se perdermos a noção desses valores, “nada mais importa”. A reflexão veio após questionamentos sobre a crescente desumanização causada por desigualdades econômicas.
O pontífice também mencionou que, apesar de suas dificuldades, sente-se desafiado, mas não sobrecarregado, com as novas responsabilidades. “Eu mergulhei fundo rapidamente neste papel, e estou aprendendo muito sobre o que é ser Papa”, ressaltou.
Apoio esportivo e laços afetivos
Quando questionado sobre sua preferência no próximo Mundial de Futebol, o Papa revelou que, apesar de seus laços com os Estados Unidos, provavelmente apoiaria o Peru, devido aos vínculos afetivos que desenvolveu durante seus anos de trabalho lá. Ele também se considera um fã do futebol italiano, reforçando sua afinidade com as culturas dos países.
Concluindo a entrevista, Leo comentou sobre o valor de manter um diálogo aberto e amigável, mesmo sobre questões esportivas. Ele cresceu em um lar dividido entre torcedores dos principais times de Chicago, o que lhe ensinou a importância da compreensão e do respeito nas competições.
A entrevista completa de Leo será publicada no livro Leo XIV: Cidadão do Mundo, Missionário do Século XXI , pela correspondente sênior do Crux, Elise Ann Allen, que será lançado em espanhol no dia 18 de setembro e em inglês no início de 2026.