Brasil, 15 de setembro de 2025
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O dilema dos drones dos EUA: como os soldados estão se adaptando à nova era de guerra

A evolução dos drones no campo de batalha está forçando o exército dos EUA a mudar suas táticas e treinamento, enquanto busca se adaptar rapidamente a novas tecnologias.

No mês passado, no Texas, o futuro da guerra se assemelhava a um jogo de vídeo game. Soldados americanos equipados com óculos de realidade virtual manipulavam drones pequenos através de joysticks, aprendendo a operá-los em um cenário que reflete a nova realidade do combate. Esses drones, como os utilizados na Ucrânia, se tornaram uma ferramenta vital nas batalhas contemporâneas e despertaram a necessidade urgente de treinamento adequado para os soldados americanos.

No campo militar de Fort Bliss, em El Paso, os membros da Companhia de Reconhecimento Multifuncional do 6º Regimento de Cavalaria estavam se familiarizando com a tecnologia de drones. Equipados com explosivos de baixo custo, esses drones são capazes de causar danos significativos, podendo destruir tanques que custam milhões de dólares.

No entanto, ao contrário de sua tradição em construir armamentos grandes e caros, como caças e mísseis guiados de precisão, os EUA se encontram em desvantagem na produção de sistemas menores e mais acessíveis. A guerra da Ucrânia catalisou uma evolução nas táticas de drone que expôs essa vulnerabilidade, levando os oficiais de defesa a acelerar a adoção dessa tecnologia.

Drones como uma prioridade militar

Em julho, o Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, enviou um memorando a líderes seniores alertando sobre a necessidade urgente de adotar drones com mais rapidez. Conforme os soldados começaram a aprender a construir e operar drones em simuladores, as táticas estavam mudando para se adequar à nova realidade do combate. O general de maior patente, Curt Taylor, enfatizou que “o desafio já é de hoje e não de amanhã” durante uma conferência na Alemanha.

Porém, o exército dos EUA enfrenta obstáculos de fabricação em sua busca para igualar as capacidades e a produção de países como a China. Embora a ajuda da Ucrânia na produção de drones esteja em discussão, a segurança nacional limita a verdadeira colaboração em tecnologia, uma vez que componentes chineses são proibidos nos armamentos americanos, resultando em custo elevado para alternativas domésticas.

A necessidade de incorporar drones como parte do arsenal militar se tornou crítica. Lideranças militares estão enfatizando que a retirada de restrições autoinimpostas é vital para aproveitar as inovações que o próprio exército desenvolveu, mas, ironicamente, hesita em adotar. A meta é que os soldados tratem os drones como ferramentas essenciais, comparáveis a armas padrão, equipamentos de comunicação e ferramentas de combate.

Aprendendo com a experiência da Ucrânia

Os líderes militares ucranianos compartilharam com a OTAN seu conhecimento em combate moderno por drones, destacando uma mudança radical em como os drones operam. O general Volodymyr Horbatiuk afirmou que 80% dos alvos atingidos pelas forças ucranianas são resultado do uso de drones, não da artilharia ou de mísseis antitanques. Essa eficácia demonstrou a rotina de como a guerra moderna é conduzida.

Além disso, o vice-primeiro-ministro da Ucrânia, Mykhailo Fedorov, comentou sobre a crescente demanda por dados de drones que capturam vídeos de ataques bem-sucedidos. Esses vídeos se tornaram uma fonte valiosa de dados para treinar sistemas de inteligência artificial em todo o mundo.

A produção de drones e uma nova era de treinamento

A produção em massa de drones tem sido uma resposta estratégica à rápida evolução dos conflitos armados, com empresas americanas como Neros e Anduril se voltando para a Ucrânia para desenvolver e testar novas tecnologias. O CEO da Neros, Soren Monroe-Anderson, disse que a colaboração com as minhas forças ucranianas levou a mudanças significativas em seus modelos de drone.

No lado oposto, a resposta da indústria de defesa dos EUA tem sido consideravelmente lenta, em parte devido a um “modelo de aquisição” que não se adequa aos novos sistemas de baixo custo. O presidente da Anduril, Chris Brose, destacou a necessidade de uma reformulação radical na maneira como o Pentágono aborda a fabricação de drones.

O aumento da produção de drones na Ucrânia — que agora pode produzir milhões de unidades anualmente, em comparação com os 2.000 por mês dos EUA — demonstra um comprometimento com a inovação que se reflete diretamente no campo de batalha.

A adaptação é essencial na guerra moderna

O uso de drones está se tornando um fator decisivo nas guerras contemporâneas, e a rápida adaptação dos soldados americanos, bem como o investimento em tecnologias de drones, é fundamental para se manter à frente. Os líderes militares afirmam que a capacidade de cada soldado operar um drone de forma eficaz não é apenas benéfica — é uma necessidade. Aprender a integrar drones nas táticas de combate será crucial para a eficácia no futuro dos conflitos militares.

Com isso, a guerra moderna não é apenas uma luta física, mas também uma corrida tecnológica em que a rapidez e a adaptabilidade acabarão por definir o sucesso de uma nação no campo de batalha.

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