O Japão, um aliado crucial dos Estados Unidos, está enviando sua força aérea para a América do Norte e Europa para fortalecer a cooperação com a NATO em resposta às ameaças crescentes de Rússia, China e Coreia do Norte. Essa iniciativa marca a primeira missão do Japão à Europa e ao Canadá, reforçando sua postura na segurança global.
A importância da missão
O Japão considera a segurança do Euro-Atlântico e do Indo-Pacífico como indissociáveis, especialmente após a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia e as tentativas da China de mudar o status quo por meio da força nas águas disputadas da Ásia. Além disso, a Coreia do Norte tem avançado em seu programa de mísseis nucleares, aumentando as preocupações de segurança na região.
A nova operação da força aérea japonesa, nomeada “Águias do Atlântico”, teve início no último domingo e está programada para ser concluída no dia 1º de outubro. A missão incluirá oito aeronaves, incluindo quatro caças F-15, e 180 membros da equipe, que visitarão os Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Alemanha. As aeronaves de combate já chegaram ao seu primeiro destino, a Base Aérea de Eielson, no Alasca, depois de uma longa travessia pelo Pacífico Norte.
Reação de Moscou, Pequim e Pyongyang
Os governos de Moscou, Pequim e Pyongyang, que formam um bloco autoritário conhecido como “Eixo da Revolta”, têm promovido uma forte oposição à expansão da NATO na Ásia. Eles acusam a aliança militar liderada pelos EUA de incitar uma nova Guerra Fria, colocando em risco a segurança e a estabilidade da região. A declaração da força aérea do Japão em plataformas sociais sublinha a intenção de fortalecer continuamente a cooperação com a Força Aérea dos EUA para aumentar a capacidade de dissuasão e resposta do sistema de aliança Japão-EUA.
Detalhes sobre a operação “Águias do Atlântico”
Além dos quatro caças F-15, a missão inclui duas aeronaves de transporte C-2 e duas aeronaves de reabastecimento aéreo, o KC-46A e o KC-767. Após a escala no Alasca, as forças japonesas seguirão para a Base Aérea Goose Bay no Canadá, RAF Coningsby e Brize Norton no Reino Unido e a Base Aérea de Laage na Alemanha.
Conforme relatado pelo diário japonês The Asahi Shimbun, os caças F-15 não participarão de exercícios de treinamento com os países anfitriões devido a preocupações sobre as operações em território desconhecido após a longa viagem. Esta missão foi anunciada pela primeira vez após uma reunião entre os ministros da Defesa do Japão e do Reino Unido em Tóquio, onde ambos os lados manifestaram compromisso em fortalecer as capacidades de defesa e aumentar a cooperação de segurança.
Declarações de autoridades japonesas
O ministro da Defesa do Japão, Gen Nakatani, comentou em uma coletiva de imprensa na última sexta-feira: “Nos últimos anos, o Canadá, o Reino Unido, a Alemanha e outros países europeus têm aumentado sua participação na região do Indo-Pacífico, realizando a presença regular de caças e navios de guerra nas proximidades do Japão”.
A declaração conjunta da reunião ministerial de Defesa Japão-Reino Unido de 28 de agosto destacou: “Os ministros notaram a continuidade do nosso exercício bilateral em terra, Exercise Vigilant Isles, como meio de aprimorar a interoperabilidade e acolheram a potencial expansão do exercício para aliados do Euro-Atlântico e parceiros afins no futuro, começando com observadores este ano”.
Próximos passos para o Japão
Permanecem as incertezas quanto à possibilidade de o Japão realizar implantações regulares de caças na Europa e enviar seus avançados caças furtivos F-35 para o exterior no futuro. A missão atual poderá definir o caminho para uma maior presença militar japonesa em resposta a desafios de segurança globais.