Com a perspectiva de se candidatar à Presidência da República em 2026, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) delineia estratégias após a condenação de seu pai a 27 anos de prisão. Em meio a um cenário complexo, o deputado federal apresenta dois planos distintos que refletem tanto otimismo quanto cautela em relação ao futuro político da família Bolsonaro.
Dois cenários possíveis para a candidatura
Eduardo trabalha com um cenário otimista, que depende da aprovação no Congresso de um projeto de anistia ampla. Este projeto seria crucial para que Jair Bolsonaro pudesse retornar ao Brasil e apoiar a campanha de seu filho. A expectativa é que, com a anistia, a presença do ex-presidente durante a corrida eleitoral revitalizaria a base bolsonarista, essencial para uma candidatura competitiva.
No entanto, o deputado também considera um “plano B”. Caso a anistia não se concretize, Eduardo planeja concorrer a partir dos Estados Unidos, onde reside desde fevereiro. Essa estratégia é voltada para maximizar o alcance de sua mensagem, capitalizando os movimentos em torno da sanção de Alexandre de Moraes e pela anistia. Eduardo acredita que, assim como seu pai conseguiu mobilizar seu público mesmo ausente, ele também teria um impacto significativo nessa faixa eleitoral, mesmo fora do Brasil.
Desafios e riscos da candidatura
A trajetória de Eduardo rumo à presidência não é isenta de desafios. Para viabilizar sua candidatura, ele precisaria se desvincular do PL e procurar uma nova legenda que atue em consonância com suas ideologias. Além disso, o deputado enfrenta um inquérito em andamento sobre sua atuação nos Estados Unidos, o que representa um risco real de inelegibilidade caso seja condenado pelo STF.
Apesar desses obstáculos, Eduardo tem consciência de que a corrida presidencial traz consigo oportunidades de crescimento. Ele possui o entendimento de que, mesmo com uma possível derrota no pleito, sua candidatura seria um meio de manter viva a chama do movimento bolsonarista. Eduardo também se preocupa com possíveis concorrentes que poderiam se apresentar como representantes legítimos da direita, como Tarcísio de Freitas, e se vê na posição de contestar essa narrativa ao se lançar como candidato.
Apostas na construção de um novo movimento
Eduardo não se limita a pensar na corrida de 2026; ele também vislumbra o futuro. Ao planejar sua candidatura, ele visa consolidar seu papel como líder de um movimento que possa, futuramente, legitimar a formação de um novo partido político. A ideia de Omar corpo político em suas ideias é um passo importante na manutenção do espaço ocupado por sua família na política brasileira.
Em conversas com aliados, Eduardo deixou claro que pretende deixar o PL e assumir a liderança de uma nova legenda, que esteja mais alinhada com seus princípios e valores. Essa transição é vista como essencial para a construção de uma base sólida que possa apoiar suas futuras ambições políticas.
A proposta de Eduardo Bolsonaro para 2026 reflete não apenas um desejo de continuidade da influência da família Bolsonaro na política nacional, mas também uma tentativa de reposicionar-se em um cenário que se torna cada vez mais desafiador. A capacidade de mobilizar o eleitorado em sua ausência e os riscos associados à sua candidatura trazem à tona a complexidade da situação política brasileira.
À medida que o ambiente político se desenrola, é evidente que Eduardo está preparado para brigar por um espaço significativo na disputa pelo Palácio do Planalto, independentemente dos desafios que surgirem em seu caminho. O futuro do bolsonarismo e sua consolidada presença no cenário político dependerão, em grande medida, da estratégia e resiliência de Eduardo na construção de sua narrativa eleitoral nos próximos anos.
