Brasil, 15 de setembro de 2025
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Claudia Sheinbaum e o grito da independência: um marco na política do México

Portugal, 14 de setembro de 2025 — Pela primeira vez, uma mulher liderará as comemorações do grito de independência do México.

Todo mês de setembro, o presidente do México se dirige a uma multidão de dezenas de milhares na praça central do país para realizar o grito, um clamor que comemora a independência do domínio colonial. Este ano, a situação é especial, pois pela primeira vez, a liderança dessa cerimônia fica a cargo de uma mulher: Claudia Sheinbaum, a primeira mulher a assumir a presidência do país.

Uma nova era na política mexicana

Na cerimônia que ocorrerá na próxima segunda-feira em Cidade do México, Claudia Sheinbaum não apenas marcará um evento histórico para a nação, mas também para sua própria trajetória como presidente. Com um histórico de aprovação superior a 70%, Sheinbaum, que assumiu o cargo em 1º de outubro de 2024, tem conseguido navegar por uma série de desafios, tanto domésticos quanto internacionais, com uma habilidade surpreendente.

Desde que tomou posse, Sheinbaum, de 63 anos, alcançou diversas vitórias significativas, incluindo a aprovação de reformas constitucionais importantes, além de supervisar eleições judiciais sem precedentes. Sua gestão também foi marcada por um notável declínio de 25% nos homicídios, uma conquista em um país atormentado pela violência associada às drogas, resultado de um forte combate ao crime organizado.

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Desafios e conquistas

As conquistas de Sheinbaum são ainda mais notáveis quando se considera o legado de seu predecessor, Andrés Manuel López Obrador, um líder popular entre as classes trabalhadoras cujo apoio foi crucial para sua eleição. Como membro do partido Morena, Sheinbaum prometeu continuar o projeto populista de López Obrador, que visa reduzir a pobreza e mudar o poder das elites tradicionais. A sua ascensão à presidência não foi isenta de críticas; muitos a rotularam de “marionete” de López Obrador, um discurso que ela desmentiu, considerando-o misógino.

Apesar das dúvidas iniciais, analistas políticos apontam que Sheinbaum tem conseguido se afirmar como a nova voz do movimento de López Obrador, ao mesmo tempo em que define seu próprio caminho. Durante seu mandato, ela fez questão de manter algumas das políticas emblemáticas de seu antecessor, incluindo programas de assistência social que beneficiam jovens, pessoas com deficiência e idosos.

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O impacto de um governo feminino

Um dos aspectos mais notáveis do governo de Sheinbaum tem sido sua abordagem em relação à segurança. Enquanto seu antecessor favoreceu uma política de “abraços, não balas”, Sheinbaum, pressionada por conversas constantes com o presidente dos EUA, Donald Trump, mudou de tática. A nova presidente começou a desmantelar laboratórios de fentanil e realizou grandes apreensões de drogas, enviando líderes de cartéis aos Estados Unidos para que enfrentem a justiça.

No entanto, as vitórias de Sheinbaum vêm em um momento em que o México enfrenta inúmeros desafios. O presidente Trump, que ameaça tarifas sobre produtos mexicanos e até mesmo possivelmente ações militares, se tornou uma constante preocupação para sua administração. Apesar de não ter se encontrado pessoalmente com Trump, ambos os líderes se comunicaram várias vezes ao telefone, descrevendo os diálogos como “bem-sucedidos”.

As tensões permanecem, especialmente com as ameaças de ação militar dos Estados Unidos contra cartéis de drogas, o que Tesla pode representar um desafio único para Sheinbaum. Contudo, ela continua firme em sua postura de que “não haverá invasão” e que “o México não é colônia de ninguém”.

O simbolismo do grito de independência

Para muitos mexicanos, a presidência de Claudiu Sheinbaum representa uma revolução significativa. A celebração do grito de independência não é apenas uma questão de identidade nacional, mas também um momento de afirmação do poder feminino no México. Esther Ramos, uma residente da Cidade do México, expressou a importância de levar suas filhas para ver a presidente: “Minhas duas filhas verão que uma mulher é capaz de alcançar o que deseja”.

Na próxima segunda-feira, as cores da bandeira mexicana colorirão a praça Zócalo, enquanto mexicanos de todas as idades se reunirão para celebrar não apenas a independência, mas também a nova era que começa com a liderança de uma mulher. O evento promete ser repleto de emoção e simbolismo, reafirmando que o futuro é de todos, e que todos têm a capacidade de sonhar e conquistar.

Com a figura de uma mulher no comando, o grito ressoa agora como um chamado para um novo México, onde limites e barreiras começam a se desvanecer, e onde a determinação de um povo é refletida na coragem de uma líder.

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