Os bispos das Igrejas Católicas da África, Ásia, América Latina e Caribe fizeram um chamado urgente aos líderes mundiais durante a Assembleia Geral das Nações Unidas. Com a COP30 se aproximando, marcada para o Brasil de 10 a 21 de novembro, eles destacaram que “a urgência do momento não deixa espaço para atrasos, concessões ou meias-medidas”. Essa mensagem, transmitida em uma carta endereçada ao Secretário-Geral da ONU, António Guterres, clama por um comprometimento real para atacar a crise climática e retomar os princípios do Acordo de Paris.
A posição dos bispos
Assinada por figuras de destaque, como Cardeal Jaime Spengler, do Brasil, Cardeal Filipe Neri Ferrão, da Índia e Cardeal Fridolin Ambongo Besungu, da República Democrática do Congo, a declaração aborda a “boa vontade” da Igreja, mas também expressa profunda preocupação com o futuro do planeta. “Temos a honra de enviar esta mensagem à atenção dos senhores… por ocasião da COP30. Por isso, pedimos conversão ecológica, transformação e resistência às falsas soluções”, afirmam os líderes religiosos.
Urgência e responsabilidade
Os bispos ressaltam que o aquecimento global já pode atingir 1,55°C em 2024, evidenciando que essa situação não é meramente técnica, mas uma questão de justiça e dignidade humana. “A Igreja não vai ficar em silêncio. Continuaremos a lutar para que a nossa voz seja ouvida, ao lado da ciência, a sociedade civil e os mais vulneráveis. Tudo isso com verdade, coragem e coerência, até que a justiça seja feita”, afirmam.
Denúncia das falsas soluções
No documento, a Igreja também critica as chamadas “falsas soluções”, como o capitalismo verde e a mercantilização da natureza, que perpetuam a exploração. “As nações ricas devem pagar a sua dívida ecológica, com financiamento climático equitativo, sem causar ainda maior endividamento ao Sul do mundo”, alerta a carta. Os bispos instam por políticas que priorizem a equidade e a proteção das comunidades vulneráveis, especialmente os povos indígenas e a biodiversidade.
Compromisso com o futuro
O apelo também enfatiza a necessidade de um diálogo autêntico entre as nações, que deve ser guiado por verdades e justiça. “Continuamos confiantes de que o diálogo autêntico, baseado na verdade e na justiça, poderá guiar a comunidade internacional rumo às profundas transformações necessárias”, concluem os bispos.
Expectativas para a COP30
A continuação da mobilização de líderes religiosos como os bispos é crucial para o sucesso das negociações da COP30. Com uma atmosfera global marcada pela preocupação com a injustiça climática e a inação dos governos, a voz da Igreja se afirma como uma importante aliada no movimento de conscientização e mobilização. O evento no Brasil não é apenas uma oportunidade para os líderes se reunirem, mas também um momento de renovação e compromisso com ações concretas para proteger o planeta e os mais vulneráveis.
À medida que a COP30 se aproxima e as conversas sobre mudanças climáticas se intensificam, fica claro que a responsabilidade coletiva é necessária para enfrentar a crise climática. As declarações e pedidos dos bispos refletem a urgência de um engajamento efetivo e a importância de um compromisso genuíno das nações para que ações concretas sejam implementadas em defesa do nosso planeta.
O apelo dos bispos não deve ser apenas recebido como uma voz de alerta, mas como um chamado à ação que ressoa em todos os setores da sociedade. A mudança é necessária, e a hora de agir é agora.
Por fim, a mensagem é clara: a proteção climática é uma responsabilidade compartilhada, e todos devemos fazer nossa parte para garantir um futuro sustentável.
Mais informações sobre o apelo e detalhes sobre a COP30 podem ser encontrados no artigo original. Leia mais aqui.