No último dia 15 de setembro, o Brasil foi abalado pela notícia do assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, de 68 anos. A vítima foi executada a tiros em Praia Grande, no litoral paulista, e seu crime levanta questões sobre a ousadia do crime organizado no estado e a necessidade urgente de medidas de segurança mais eficazes.
Crime brutal em plena luz do dia
O crime ocorreu na tarde de segunda-feira, quando Ruy Ferraz Fontes foi perseguido por criminosos em um carro. As câmeras de segurança capturaram o momento em que a perseguição culminou em um acidente, com o veículo da vítima batendo em um ônibus. Após a colisão, os assassinos desembarcaram e abriram fogo contra o ex-delegado. A cena, que chocou a população local, evidencia a impunidade com que agem facções criminosas.
O secretário da Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, expressou sua indignação nas redes sociais, lamentando a morte de Fontes e prometendo a criação de uma força-tarefa para capturar os responsáveis. “Determinei a integração de força-tarefa, com prioridade definida pelo governo Tarcísio, para prender os criminosos”, anunciou Derrite, contando com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Quem foi Ruy Ferraz Fontes?
Ruy Ferraz Fontes teve uma carreira de mais de 40 anos na polícia, destacando-se por sua atuação no combate ao Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das facções mais poderosas do Brasil. Ele comandou a Polícia Civil paulista entre 2019 e 2022 e foi responsável por várias investigações que resultaram na prisão de líderes da organização criminosa, incluindo Marcola.
Além de sua atuação como delegado geral, Fontes passou por diferentes departamentos da Polícia Civil, como o DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa) e o Denarc (Departamento Estadual de Investigações Contra Narcóticos), onde desenvolveu ações significativas no combate ao tráfico e à violência.
Indignação diante do crime
A morte de Ruy Ferraz Fontes provocou reações de indignação e solidariedade de várias instituições. A Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol do Brasil) manifestou seu pesar pela perda de uma figura tão marcante na luta contra o crime organizado. “É uma tragédia de proporções inenarráveis”, afirmou a Adepol em nota. “A dedicação, coragem e os enormes prejuízos impostos às organizações criminosas fizeram dele alvo da violência.” Isso ressalta o risco que policiais enfrentam ao combater crimes violentos e a necessidade de uma resposta contundente por parte do governo.
Medidas de segurança e futuro da investigação
A investigação do homicídio de Ruy Ferraz Fontes será uma prioridade para as autoridades. O atual delegado-geral, Arthur Dian, se dirigiu ao local do crime e deverá liderar os esforços para identificar e prender os responsáveis. Especialistas em segurança, como Rafael Alcadipani, professor da Faculdade Getulio Vargas, já levantaram preocupações sobre a resistência do crime organizado no Brasil. Ele afirma que a execução do ex-delegado coloca em evidência o poderio da criminalidade em São Paulo e reforça a necessidade de um controle mais efetivo sobre as organizações criminosas.
Após o crime, a expectativa é que o governo paulista fortaleça suas políticas de segurança pública, visando a proteção não apenas dos cidadãos, mas também dos agentes de segurança que, como Ruy, dedicam suas vidas à luta contra o crime.
A morte de Ruy Ferraz Fontes é um lembrete sombrio dos desafios enfrentados pelas forças de segurança no Brasil e a urgência de se implementar mais medidas para combater a violência e a impunidade que permeiam o país. O clamor por justiça e segurança é cada vez mais forte, e a sociedade aguarda respostas e soluções eficazes.