No último domingo, 14 de setembro, durante o Angelus na Praça de São Pedro, o Papa Leão XIV compartilhou uma profunda reflexão sobre a festa da Exaltação da Santa Cruz. Ele destacou como Jesus se torna “nosso companheiro” e “médico” para a redenção da humanidade, transformando um “instrumento de morte” em um “instrumento de vida”. Essa mensagem reiterou a ideia de que “a sua caridade é maior do que o nosso próprio pecado”, um ensinamento fundamental da fé cristã.
O contexto histórico da celebração
A celebração da Exaltação da Santa Cruz remete à tradição que narra a descoberta do madeiro da Cruz por Santa Helena, mãe do imperador Constantino, em Jerusalém, no século IV. Além da celebração litúrgica, o Papa também lembrou a relíquia da Cruz que foi devolvida à Cidade Santa pelo imperador Heráclio. Esses eventos reforçam a importância da cruz na história do cristianismo e no simbolismo da salvação.
A conversa de Jesus com Nicodemos
Durante sua reflexão, o Papa aproveitou para se deter no Evangelho do dia, que narra a conversa entre Jesus e Nicodemos, um dos líderes dos judeus. Nicodemos, descrito como uma pessoa justa e com abertura de espírito, busca Jesus à noite em busca de orientação. O Papa enfatizou que Nicodemos reconhece em Jesus um profeta e que, ao acolhê-lo, Cristo revela a necessidade de sua elevação na cruz para que todos aqueles que nele crêem possam ter a vida eterna.
O amor de Deus e a cruz como instrumento de salvação
Leão XIV fez referência a um episódio do Antigo Testamento, onde os israelitas atacados por serpentes venenosas foram salvos ao olharem para a serpente de bronze que Moisés havia levantado. Nessa analogia, Jesus compara sua própria elevação na cruz àquela situação, declarando: “Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho único, para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna”. Este amor é apresentado como o fundamento da salvação oferecida a todos.
Da morte à vida: a transformação da cruz
O Papa concluiu sua mensagem enfatizando que celebrar a Exaltação da Cruz é, na verdade, uma rememoração do “amor imenso com que Deus abraçou a cruz para nossa salvação”. Ele instruiu aos fiéis que, apesar da cruz ser um símbolo de morte, ela é transformada em um símbolo de vida por causa do sacrifício de Cristo. Esta transição do sofrimento para a redenção é central para a compreensão da natureza do cristianismo e do amor divino.
A importância da doação e da caridade
Refletindo sobre a mensagem de amor, o Papa pediu que a intercessão de Maria nos ajude a cultivar o amor de Cristo em nossos corações, para que possamos nos doar aos outros assim como Ele se doou a todos nós. Essa chamada à ação reforça a importância da solidariedade e da caridade na vida cristã, lembrando que o amor de Deus não é condicionado ao nosso comportamento, mas é um presente que devemos compartilhar.
Em um momento de reflexão e comunhão, a mensagem de Leão XIV no Angelus deste domingo ressoou profundamente, trazendo luz sobre o verdadeiro significado da Exaltação da Santa Cruz e seu impacto na vida dos fiéis. Ao celebrarmos esta festa, somos convidados a lembrar do amor imensurável de Deus que se revela em Cristo e a nos empenharmos em viver este amor em nossas ações cotidianas.
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