Brasil, 14 de setembro de 2025
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Lula defende condenação de Bolsonaro em artigo para o NYT

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou a dianteira ao rebater as declarações do governo dos Estados Unidos, que alegaram que a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro foi resultado de uma “caça às bruxas”. Em um artigo publicado neste domingo no New York Times, Lula expressou seu orgulho pela “decisão histórica” do Supremo Tribunal Federal (STF) e defendeu a importância da proteção das instituições e do Estado Democrático de Direito no Brasil.

A resposta de Lula às investigações

Durante sua argumentação, Lula enfatizou que o julgamento de Bolsonaro foi o resultado de investigações conduzidas dentro da legalidade e que desvelaram uma verdadeira trama golpista, incluindo planos de assassinato de diversas autoridades. “Não foi uma ‘caça às bruxas’. A decisão foi resultado de procedimentos conduzidos em conformidade com a Constituição Brasileira de 1988, promulgada após duas décadas de luta contra uma ditadura militar”, escreveu o presidente. Ele destacou que essas investigações vieram à tona após meses de apurações que revelaram a gravidade das ameaças enfrentadas por ele e por outros líderes do país.

Deslegitimação e desinformação

Lula não hesitou em criticar diretamente as alegações do governo de Donald Trump, que recentemente afirmou que o Judiciário brasileiro persegue e censura empresas de tecnologia dos Estados Unidos. Segundo ele, essas afirmações são “falsas”. O presidente destacou que todas as plataformas digitais que operam no Brasil estão sujeitas às leis locais e rejeitou a ideia de que a regulamentação da internet seja sinônimo de censura. “É desonesto chamar regulamentação de censura, especialmente quando o que está em jogo é a proteção de nossas famílias contra fraudes, desinformação e discurso de ódio”, argumentou.

A defesa do sistema financeiro brasileiro

Em seu artigo, Lula abordou também os questionamentos dos Estados Unidos sobre as práticas comerciais do Brasil, alegando que as acusações de deslealdade comercial e falhas na aplicação de normas ambientais são igualmente sem fundamento. O presidente mencionou o Pix, um sistema de pagamento digital desenvolvido no Brasil, que, segundo ele, permitiu a inclusão financeira de milhões de cidadãos e empresas. “Não podemos ser penalizados por criar um mecanismo rápido, gratuito e seguro que facilita as transações e estimula a economia”, afirmou.

Um diálogo aberto com os EUA

Lula explicou que decidiu escrever o artigo como uma forma de promover um “diálogo aberto e franco” com o governo Trump. Ele analisou os argumentos apresentados por Washington sobre a imposição de tarifas, considerando-os “remédios errados” e consistindo em ações unilaterais que prejudicam a relação bilateral. O presidente ressaltou que as iniciativas americanas para recuperar empregos internos não podem implicar em punições para o Brasil.

Sobre o consenso de Washington

O presidente brasileiro também fez considerações sobre a crítica histórica do Brasil ao Consenso de Washington, afirmando que as últimas movimentações da Casa Branca demonstraram uma evolução. “Ver a Casa Branca finalmente reconhecer os limites do chamado Consenso de Washington… é um passo importante”, ponderou. Ele destacou que a abordagem multilateral oferece soluções mais justas e equilibradas, em contraposição às medidas unilaterais que têm sido deixadas de lado.

Críticas às novas tarifas

Por fim, Lula classificou a imposição de tarifas sobre produtos brasileiros como um ato que mais responde a motivações políticas do que a justificativas econômicas. “A falta de justificativa econômica por trás dessas medidas deixa claro que a motivação da Casa Branca é política”, escreveu. O presidente concluiu que estas ações não só visam a impunidade de Jair Bolsonaro, mas também constituem um ataque à soberania democrática do Brasil

Com seu artigo, Lula se posiciona não apenas como um defensor das instituições brasileiras, mas também como um líder que busca estabelecer uma comunicação clara e firme com a comunidade internacional, repudiando as intervenções que considera indevidas.

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