Representantes dos Estados Unidos e da China iniciaram nesta semana uma rodada de negociações em Madri, em um esforço diplomático para melhorar as relações econômicas entre os dois países. O encontro, que começou na tarde de domingo, reúne figuras-chave de ambos os lados e ocorre em meio a tensões crescentes na agenda internacional.
Negociações abrangentes entre EUA e China
A delegação americana, liderada pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, e pelo representante de Comércio, Jamieson Greer, chegou ao local na tarde de domingo, logo após a chegada de seus pares chineses, comandados pelo vice-premiê He Lifeng. As discussões devem envolver temas como comércio, segurança nacional e questões tecnológicas, incluindo o futuro do TikTok, que enfrenta atualmente o prazo final para garantir suas operações nos EUA.
Contexto das negociações e possíveis encontros futuros
Antes das conversas, especialistas apontam que é fundamental intensificar os esforços para que um eventual encontro entre Donald Trump e Xi Jinping seja efetivo. A expectativa é que os líderes possam se reunir na próxima cúpula da Apec, na Coreia do Sul, com a possibilidade de um encontro bilateral. Wendy Cutler, vice-presidente sênior do Asia Society Policy Institute, afirmou que “com seis semanas restantes, os EUA e a China precisam acelerar seus esforços para obter resultados”.
Implicações e desafios do diálogo
Questionada sobre as dificuldades, Wendy Cutler reforçou a complexidade do cenário, destacando que “a confiança de Xi na vantagem da China torna as negociações mais desafiadoras, especialmente após recentes provocações como as investigações contra empresas americanas no setor de semicondutores pela China”.
Além disso, as relações comerciais entre os dois países continuam tensas. Logo antes do início das negociações, a China anunciou investigações contra empresas de semicondutores dos EUA, incluindo uma análise antidumping de chips analógicos.
O governo americano também manteve sua posição de evitar novas tarifas ao Brasil, afirmando que Trump não considera tarifas adicionais ao país neste momento, embora a relação com outros adversários comerciais permaneça instável.
Perspectivas futuras do cenário diplomático
O Ministério do Comércio da China informou que sua delegação ficará na Espanha até o dia 17, enquanto a viagem de Bessent inclui também encontros no Reino Unido. As próximas semanas serão decisivas para uma possível retomada do diálogo de alto nível entre as duas maiores economias do mundo, em um momento de forte preocupação com o impacto dessas tensões na economia global.
Para especialistas, será fundamental que EUA e China encontrem uma maneira de equilibrar seus interesses, mantendo o diálogo aberto e buscando acordos que possam reduzir a escalada de conflitos. A expectativa é que os resultados dessas negociações possam sinalizar um avanço na cooperação internacional, mesmo diante das disputas atuais.
Fonte: O Globo