A derrota do Botafogo por 1 a 0 para o São Paulo, neste domingo, não apenas permitiu que o Mirassol abrisse uma vantagem de três pontos na liderança, mas também expôs a desorganização e a falta de estratégia que vêm comprometendo a equipe. Com o final da temporada se aproximando, e apenas 17 partidas restantes, o alvinegro está lutando para estabelecer um padrão de jogo minimamente regular. Apesar dos problemas de planejamento e das decisões duvidosas do empresário John Textor, o técnico Davide Ancelotti também é responsável pela situação crítica em que a equipe se encontra.
A ineficácia de Ancelotti no comando do Botafogo
Desde que assumiu o comando do Botafogo, Davide Ancelotti acumulou 15 partidas, com um desempenho modesto: sete vitórias, quatro empates e quatro derrotas. Um dos principais problemas é a dificuldade em encontrar uma formação titular consistente. Após a eliminação na Copa do Brasil para o Vasco, Ancelotti fez mudanças drásticas na equipe e promoveu sete alterações no time que começou o jogo contra o São Paulo. Essas constantes alterações dificultam o entrosamento dos jogadores e contribuem para a desorganização em campo.
O gol do São Paulo e falhas defensivas
Um claro exemplo da desorganização defensiva do Botafogo ocorreu no gol do São Paulo, marcado por Dinenno, que não marcava há mais de um ano. A equipe tricolor, composta por jogadores reserva devido ao compromisso na Libertadores, aproveitou a confusão na marcação da defesa alvinegra. O gol foi resultado de um erro coletivo, que envolveu falhas de posicionamento dos defensores e uma saída de gol equivocada do goleiro Kaio Pantaleão, que acabou comprometendo ainda mais a situação.
As consequências da venda de John e problemas no gol
A saída do goleiro John para o Nottingham Forest, que era um dos destaques do time, foi outra decisão questionável de Textor, que visava realizar o sonho do jogador de atuar na Premier League. Sua venda prejudicou significativamente a equipe, que agora enfrenta um goleiro mais experiente, mas que se mostrou vulnerável nas últimas partidas. Neto, que assumiu a titularidade, cometeu duas falhas nos últimos jogos e ainda sentiu uma lesão, obrigando uma substituição durante a partida. O reserva Léo Linck entrou bem e mostrou que pode ser uma alternativa viável para o restante da temporada.
Falta de entrosamento e padrão de jogo
As mudanças feitas por Ancelotti também impactaram negativamente o meio-campo e o ataque do Botafogo. Mesmo com a entrada de jogadores mais defensivos, como Allan e Newton, a equipe falhou em marcar adequadamente, permitindo que o São Paulo tivesse muitas oportunidades de ataque. A ausência de Marlon Freitas complicou ainda mais a criação ofensiva, enquanto Danilo, deslocado para o lado direito, não conseguiu contribuir de forma alguma para o jogo.
Desafios futuros e a necessidade de um recomeço
O Botafogo, que busca terminar entre os quatro primeiros para garantir uma vaga na Libertadores e na Copa do Brasil do ano seguinte, atravessa uma fase crítica. A falta de um estilo de jogo claro e coerente está proveniente de constantes mudanças na escalação e na abordagem tática. Para tentar reverter essa situação, o alvinegro enfrentará o Mirassol em um confronto decisivo na próxima quarta-feira. Este jogo será crucial para determinar se a equipe conseguirá dar início a um recomeço e terminar o ano de forma positiva, justificando o investimento realizado e as expectativas depositadas pela torcida.
A expectativa é que, com mais consistência e um planejamento adequado, o Botafogo possa se reerguer e mostrar um futebol que condiga com sua rica história e com o apoio inabalável de seus torcedores.